Tenerife assombrou o Real Madrid (duas vezes), foi parar na 3ª divisão e agora está a um jogo de voltar para LaLiga
São poucos os torcedores no mundo que podem se orgulhar do fato de seu clube trazer calafrios ao Real Madrid, ainda que isso se remeta a um episódio de um passado distante. E não é apenas times gigantes que possuem tal status. O Tenerife é talvez a maior prova disso.
A equipe da maior ilha do arquipélago das Canárias tem uma grande oportunidade de voltar à elite do futebol espanhol, já que enfrenta o Girona pela final dos playoffs da segunda divisão. A bola rola às 16h (de Brasília), com transmissão da ESPN 3 e Star+.
No confronto de ida houve empate por 0 a 0; agora, o Tenerife joga pelo empate (com prorrogação, caso necessário) por ter terminado à frente do Girona (quinto contra sexto colocado). Não há disputa de pênaltis.
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Caso o Tenerife saia vencedor ou com o empate após os 120 minutos, irá retornar após 12 anos para LaLiga, competição em que foi pesadelo para o Real Madrid. Duas vezes seguidas.
6 de junho de 1992. Há pouco mais de três décadas, o Real Madrid dependia apenas de suas próprias forças para ser campeão nacional de 1991-92: bastava vencer o Tenerife fora de casa. Porém, os merengues perderam por 3 a 2 e viram o Barcelona vencer o Athletic Bilbao e ficar com o título ao chegar a 55 pontos, um a mais do que o rival – naquela edição a vitória valia dois pontos.
O Tenerife, por sua vez, terminou na quinta colocação e alcançou seu melhor desempenho na história da liga, em sua quinta aparição na elite até então. O time até igualaria o quinto lugar em 1995-96, mas jamais conseguiu superá-lo. Aliás, nos 30 anos seguintes muita coisa aconteceu na história do clube, chegando até mesmo a parar na terceira divisão em 2011-12 e 2012-13.
Antes disso, porém, a equipe das Ilhas Canárias voltaria a assombrar o Real Madrid em 1992-93. O cenário era o mesmo do ano anterior: bastava um triunfo para os merengues fora de casa contra o Tenerife. Porém, a equipe da capital levou 2 a 0 e viu o Barça fazer 1 a 0 na Real Sociedad para ficar com a taça novamente na última rodada e novamente por um ponto de diferença (58 a 57).
A história dos dois traumáticos vices ainda contou com um requinte de crueldade, uma vez que o técnico do Tenerife em ambas as ocasiões era Jorge Valdano, que, como jogador, foi bicampeão espanhol e da Copa da Uefa pelo Real na década de 80. O técnico argentino, inclusive, trocaria o Tenerife pelo clube madrilenho em 1994 e o conduziria ao título de LaLiga em 1994-95, encerrando um jejum de cinco anos.
Aquele elenco também contava com Fernando Redondo, que até foi titular na equipe da rodada final do Espanhol de 1991-92. Assim como Valdano, o ex-volante foi ao Real Madrid em 1994 e escreveu uma história gloriosa no Santiago Bernabéu.
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Time atual
Sonhando em cruzar novamente o caminho do Real Madrid, algo que não acontece desde 2010, o Tenerife espera que esta seja a última de uma sequência de nove temporadas seguidas na segunda divisão. Até a campanha atual, o time havia terminado entre os dez primeiros apenas uma única vez, em 2016-17, quando foi quarto colocado e acabou superado pelo Getafe na decisão dos playoffs.
Já em 2021-22, a equipe das Ilhas Canárias melhorou nove posições e 17 pontos em relação ao campeonato anterior, ficou na quinta colocação e chega embalado à decisão após ter superado o Las Palmas na semifinal com duas vitórias (1 a 0 e 2 a 1). Destaque para a força defensiva do Tenerife, que levou 37 gols em 42 rodadas, sendo superado apenas pelo campeão Almería, vazado em 35 oportunidades.
No ataque, Enric Gallego é o artilheiro com 12 gols, já contando os que marcou no 2 a 1 sobre o Las Palmas pelos playoffs. O atacante de 35 anos já jogou em LaLiga por Huesca, Getafe e atuou na última edição pelo Osasuna.
O técnico é Luis Miguel Ramis, que está desde a temporada passada no cargo e começou a carreira na base do Real Madrid, chegando a comandar o Castilla em 2016. Como jogador, o ex-zagueiro defendeu os merengues na década de 90, inclusive fazendo parte do time que foi vice-campeão nacional em 1992.
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