Calleri é mais que meio time do São Paulo - e faz questão de jogar todas

André Plihal
André Plihal

Vocês devem ter visto uma brincadeira na internet com a ilustração da escalação do São Paulo para o jogo desta noite com 11 Calleris, com o técnico Calleri, e 12 reservas de nome Calleri. Ninguém discute que se o espírito do centroavante argentino fizesse parte do caráter da maioria do elenco, as chances de êxito sobre o Palmeiras seriam consideravelmente maiores.

Quando escrevo caráter não falo de índole, mas sim de brio

Brio e inteligência. Não vou citar os números do goleador do Brasileirão. Nem a ótima média do “9” somando as duas passagens pelo São Paulo. Quero ressaltar um dos motivos reais da adoração dos torcedores por Calleri.

Reprodução
Reprodução Escalação do São Paulo só com nome de Ca

Vai além do fato dele quase sempre marcar o gol mais importante do jogo, via de regra o 1 a 0.

Jonathan Calleri é um jogador à moda antiga perfeitamente adaptado ao futebol de hoje. Explicando. Ao mesmo tempo em que disputa todas as bolas - por cima e por baixo - com os zagueiros, que ajuda na marcação indo e voltando o tempo todo, e que arrisca-se fora da área - pelo centro e pelos lados, Calleri é muito hábil no jogo mental.

Fala pouco em campo, mas deixa claro não se intimidar com chegadas mais fortes ou ameaças verbais. Ao contrário, do seu modo, sem ser notado, muitas vezes irrita o marcador.

Outro ponto: sabe ganhar tempo quando o placar lhe favorece. No primeiro clássico de 2022 contra o Corinthians, na fase de classificação do Paulista (1 a 0, gol dele), ganhou segundos preciosos segurando a bola perto da bandeirinha do escanteio. Aconteceu mais de uma vez.

Calleri em partida pelo São Paulo
Calleri em partida pelo São Paulo Rubens Chiri / Saopaulofc.net

Só uma coisa faz Calleri dar um bico nessa “inteligência emocional”: ficar fora de jogo sem estar lesionado ou suspenso. Jogo grande, então… Isso não tem acontecido, ele tem iniciado sempre. Ainda no Paulistão, no primeiro mata-mata diante do São Bernardo, Rogério decidiu poupá-lo. Calleri só entrou no finalzinho e nem o fato de ter feito o quarto gol da vitória por 4x1 diminuiu a cara amarrada pelo longo tempo no banco.

Calleri quer jogar todas, a torcida quer que ele jogue todas, Rogério não abre mão do atacante, aonde é que está o problema? No desgaste provocado pelo calendário insano e probabilidade maior de ter algo físico. Neste momento a decisão geral é pelo risco.

Ninguém da comissão técnica ou departamento médico sequer sugere preservá-lo. As horas de folga do jogador são 100% dedicadas ao descanso. Guardado em casa como uma joia preciosa no cofre de um banco.

Se não há como ter 11 Calleris em campo, o único a disposição jamais pode faltar. 

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