Virada do São Paulo é engolida por revolta de organizada contra jogadores; Ceni tem o poder de jogar água na crise

André Plihal
André Plihal

O técnico Rogério Ceni
O técnico Rogério Ceni Rubens Chiri / saopaulofc.net


Gol da virada nos instantes finais. Atuação convincente e valente. Chance real de G-8. Respiro pós-perda da segunda final no ano? Nananinanão. Um post da Independente no fim da noite deixou a vitória em segundo plano.

A organizada virou-se contra os jogadores responsáveis pelo papelão de Córdoba. Revolta por supostamente terem reivindicado “bicho” e avião para familiares irem à Argentina.

A revelação dos - também supostos - salários dos atletas foi o ato inicial de um objetivo que sobrepõe-se a ida à próxima Conmebol Libertadores: reformulação pesada do elenco. Ao mesmo tempo em que Rogério Ceni dava uma melancólica entrevista, ainda lamentando o segundo vice da temporada, Luciano - provavelmente já sabendo da posição da Independente - pedia aos jornalistas para apurarem a real situação do departamento de futebol do clube junto à direção.

Na sequência, Carlos Belmonte saiu em defesa dos jogadores, segundo ele, extremamente dedicados e tolerantes. Sim, tolerantes por trabalharem duro sem receber direito. Como poderiam estar preocupados com o “bicho” da final se nem a premiação da semi foi paga? O São Paulo quis ser campeão sem honrar a premiação da semifinal!!! Fora salários atrasados há séculos.

No meio dessa maluquice cheia de contradições, o desejo da organizada ser ouvida pela turma da Barra Funda antes do superimportante jogo contra o Botafogo. Esse encontro dificilmente acontecerá e, nesse cenário, podem esperar por protestos domingo no Morumbi.

Torcedor com nariz de palhaço e saco de pipoca na mão, gritando contra jogadores e possivelmente diretoria. Rogério Ceni deverá ser poupado. Mesmo deixando a permanência no clube indefinida, só ele é capaz de evitar um clima absolutamente hostil num jogo com peso enorme para as pretensões são-paulinas no Campeonato Brasileiro.

Rogério entrando no circuito tem o poder de acalmar os ânimos da arquibancada, evitando que seus comandados entrem em campo na sua casa como se fossem visitantes indigestos. Dos mais indigestos. Se ele vai intervir? Não faço ideia. Mas está nas mãos do técnico. 

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