Corinthians economiza nos gols e esbanja em vitórias. Reclamar de quê?
Se olharmos a tabela do Brasileirão na coluna de gols marcados, veremos que o Corinthians tem o sétimo ataque, com 25 a favor, oito a menos do que o Palmeiras. Mas uma conferida na lista de vitórias, nota-se que a rapaziada de Vítor Pereira tem 11, só uma atrás do rival verde. Com esse retrospecto, está em segundo lugar, com 38 pontos, só 4 atrás do líder. Então, do que se vai reclamar de time que não estava entre os favoritos e, no entanto, segue vivíssimo na corrida por outro título nacional?
Eu não faço grandes restrições ao comportamento corintiano. Talvez poderia ter apresentações mais empolgantes e convincentes. Quem sabe dar um show de vez em quando. Mas isso raramente acontece. Vice-versa ao contrário também não costuma passar sufocos enormes - ao menos no que se refere à Série A que é o tema deste texto. Nesse quesito, ostenta defesa sólida, 19 gols sofridos, 5 a mais do que o Palmeiras e um a mais do que o Flamengo (sem contar o jogo com o Atlético-GO). Ou seja, é osso duro de roer para qualquer adversário.
A Fiel não se surpreende com esses números. Afinal, de certa forma são tradicionais, pelo menos na última década e meia. Com Mano, Tite e Carille chegou a decisões e beliscou um monte de taças, muitas vezes sem encher os oponentes de gols. O Corinthians acostumou-se a jogar o suficiente para alcançar objetivos, não necessariamente com ataques arrasadores. Porém, com equilíbrio entre os setores, o que no fim das contas é o que interessa para quem briga por troféus.
Gustavo Mosquito faz golaço, e Corinthians vence o Botafogo no Campeonato Brasileiro; veja como foi
A prova disso é o fato de estar empenhado em três grandes torneios, quando se imaginava, no início da temporada, que se contentaria em ser coadjuvante. Sei, sei, na Copa do Brasil, o calo apertou um tanto, com a derrota por 2 a 0 para o Atlético-GO. Na Conmebol Libertadores, a parada será complicada contra o Flamengo. Mas quem disse que está desclassificado de antemão? No Brasileiro, tem chão demais a percorrer, com uma penca de jogos em casa contra a turma da parte de cima.
Vítor Pereira sabe das limitações do elenco, em termos físicos. Por isso, apelou para o mistão no jogo deste sábado diante do Botafogo. Na verdade, começou com um time quase todo reserva; depois, colocou alguns titulares. O português poupou figurões - sobretudo a turma de mais de 30 anos - para o tira-teima com o Flamengo. Quem entrou, deu conta do recado, contra um adversário que não sabe direito o que pretende no Brasileiro. O Botafogo sob nova administração tende a ser apenas um personagem secundário no campeonato de 2022.
E assim se comportou em Itaquera. No jogo de número 603 de Cássio com a camisa corintiana, o Botafogo pouco incomodou. Na prática, só uma vez testou o goleiro multicampeão. No mais, teve estéril posse de bola, não soube fugir de marcação, criou quase nada e se mostrou impotente até para o empate, após levar gol de Gustavo Mosquito, aos 27 minutos do primeiro tempo. O Corinthians percebeu a limitação e não gastou energia além da conta. Pode não ter agradado à crítica, porém saiu aplaudido por mais de 40 mil que foram ao estádio. Se o povo ficou feliz…
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