Defesa contém Lamar e Bills ficam cada vez mais perigosos na AFC
Forçar turnovers é uma atividade difícil de ser prevista – é uma questão até mesmo orgânica para uma defesa. Quando ela está num fluxo assim, acaba ganhando força extra em momentos de stress defensivo. O Buffalo Bills, cujo ataque foi um dos mais produtivos da temporada 2020, mostrou um poder de fogo ímpar ao limitar Lamar Jackson em todas as frentes.
A história, creio, você sabia. Lamar vinha da primeira vitória em pós-temporada e também primeira vitória quando atrás no placar por 10 pontos ou mais. O momento parecia forte para o Baltimore Ravens e era um teste de fogo para a defesa de Buffalo quando a questão era o jogo terrestre. Os Bills apresentaram uma melhora considerável em conter a corrida a partir da Semana 12, depois que tiveram a folga na 11. Senão, vejamos na tabela.
Semana 1-10 | Semana 12 - 17
Yds/carregada 4.88 4.21
TD terreste/jogo 1.3 1
O desafio, porém, era enfrentar o melhor ataque terrestre da NFL. Tal desafio foi batido com louvor. Lamar Jackson foi contido a apenas 34 jardas, com 3,8 por carregada, Matt Milano e Tremaine Edmunds, velozes linebackers dos Bills, agiram como verdadeiros guardiões defensivos na partida de ontem. O jogo terrestre acumulou jardas, mas não houve nenhuma big play fatal como Tennessee tomara na semana passada, o touchdown de 48 jardas de Lamar para empatar o jogo no final do primeiro tempo.
Com a contenção terrestre em dia e tomando poucas primeiras descidas com corrida em comparação ao normal do ataque corvinal, os Bills forçaram 17 situações de terceira descida aos Ravens. Dessas, 7 viraram primeira descida – mas é um stress desnecessário para um ataque ter que enfrentar tantas situações assim, por óbvio. A eficiência de Baltimore, natural de ataques com viés terrestre, estancou no Bills Stadium. Como de tradicional marca negativa da unidade, não houve plano B. A situação ficou clara na red zone com apenas três pontos no placar e buscando o empate. Lamar foi no piloto automático e procurou Mark Andrews, seu tight end. Ali, naquele momento, era praticamente o óbvio: Andrews liderou o time em recepções e é o recebedor com maior sintonia que Jackson tem à disposição. Ademais, a defesa dos Bills foi a segunda que mais tomou jardas na temporada contra tight ends.
Como acontece em times bem treinados, Buffalo estava preparado para isso. O piloto automático de Lamar não detectou a tremenda aglomeração de defensores marcando em zona, olhando para ele e próximos a Andrews. Com muito mérito da defesa dos Bills, veio a interceptação – que seria retornada para touchdown e colocaria um ponto de exclamação e eventualmente um ponto final à vitória dos Bills, que voltam a uma final de Conferência Americana pela primeira vez em 26 anos.
Num todo, a defesa dos Bills conteve Lamar Jackson e teve uma partida impecável. O time pressionou Lamar em 55% dos snaps, maior marca enfrentada pelo quarterback na carreira. Um dos segredos veio como cortesia do Tennessee Titans na Semifinal de Conferência de 2019: mandar defensive backs em blitzes – isso contém as raias de corrida de Lamar pelas laterais e como bônus, dificulta a vida do quarterback, dado que é uma jogada não ortodoxa e que ele não está acostumado a ler. Os Bills mandaram 34% de blitzes com defensive backs, maior marca que Jackson enfrentou em sua carreira.
Já sabemos do poder de fogo dos Bills no lado ofensivo da bola – Stefon Diggs mais uma vez passou das 100 jardas. Mas num jogo em que a equipe acumulou apenas 220 jardas de ataque – menor marca de um time numa vitória nos playoffs desde os Broncos no Super Bowl 50 – foi a defesa que mostrou poder. Contra os adversários que ainda seguem vivos na pós-temporada, era algo fundamental para Buffalo. Eles mostraram que têm.
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