Ele não quer dar show: por que PSG não parece o destino ideal para Messi
As lágrimas incontidas no adeus ao Barcelona. A calorosa recepção por parte dos torcedores parisienses. A generosidade do Fair Play Financeiro da Uefa com o PSG. O aluguel da Torre Eiffel. Os impactos em sua família. O vídeo de apresentação que mais parecia querer vender o Parc des Princes. O notável crescimento no número de seguidores nas redes sociais de seu novo clube. O novo cenário na disputa do prêmio de melhor do mundo. A escolha da camisa 30. Sua imagem sendo retirada de um enorme painel no Camp Nou. A amizade com Neymar e a rivalidade com Sérgio Ramos. O recorde de camisas vendidas em tão pouco tempo.
Não interessa qual a abordagem, qual o foco, mas Lionel Messi dominou o noticiário esportivo pelo planeta nos últimos dias. Tem sido impossível ouvir falar de futebol sem ouvir falar de Messi. Seu protagonismo é absoluto.
Tornar-se uma estrela dessa dimensão e ter voltados para si os holofotes do mundo inteiro parece ser o sonho de 10 entre 10 jogadores de futebol. Mas não é assim com Lionel Messi, que voluntariamente ou não resumiu em uma frase de sua primeira entrevista coletiva pelo PSG o momento que está vivendo: “Sinceramente, quero que tudo isso passe rápido”.
Enquanto as outras estrelas deste esporte desfrutariam da badalação e da massagem no ego proporcionadas por uma das mais relevantes transações da história do futebol, Messi está desconfortável e só quer fazer uma coisa: jogar bola.
É um resumo de sua personalidade, da sua meta de vida, do seu desinteresse por quase tudo que não acontece dentro das quatro linhas de um campo de futebol. É também, de certa forma, uma explicação para o seu sucesso, que como se vê vai além de sua gigantesca aptidão, de sua genialidade.
É justamente por isso, contudo, que Lionel Messi pode passar a viver um dilema no PSG. Porque a mesma objetividade que demonstra ao priorizar o futebol em relação a tudo que acontece fora de um gramado, ele costuma demonstrar também em campo: seu jogo, embora genial, é pragmático e tem uma meta clara, que deveria ser a meta de todo jogador: chegar ao gol adversário.
Mesmo tendo toda capacidade do mundo para dar espetáculo, a Messi pouco importam as firulas, os lances supérfluos, a plasticidade. Assim como pouco importa ganhar tempo, provocar adversários, valorizar uma falta sofrida. Ele cai e levanta. E corre, vertical, com dribles e passes geniais, em direção à meta adversária. Messi não quer dar show, não quer aparecer, não quer posar de vítima. Ele quer chegar ao gol, ser o melhor e, claro, ganhar.
É nesse ponto que jogar na França com a camisa do PSG não parece ser o destino ideal, embora provavelmente, por questões financeiras, fosse o único possível (ou quase).
No cenário nacional, Lionel Messi terá que se contentar com o que para ele parece nunca ter sido o mais importante: brincar de globe-trotter e, ao lado de Neymar, Mbappè e companhia, dar o espetáculo que o mundo todo está ansioso para ver.
É o que se espera do PSG. É o que se imagina de um verdadeiro dream team como não se vê há (no mínimo) 15 anos. O título de tudo que o PSG disputa na França, neste caso não se trata de contundência forçada ou sensacionalismo dizer, é mera obrigação devido à gigantesca diferença em relação aos competidores locais, uma formalidade para quem tem três dos quatro melhores jogadores do mundo.
Agora, Messi não terá um Real ou um Atlético de Madrid contra quem duelar, não terá a quem temer, contra quem disputar. Exceção feita aos (no máximo) 13 jogos da Champions League que pode fazer na temporada, seu desafio será lúdico. Tomara que lhe baste e que ele o supere com louvor. Amantes do futebol por todo o planeta irão agradecer.
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