Vinicius Jr., Gabriel Jesus e a tristeza dos que amam odiar
Gabriel Jesus e Vinicius Jr. são, além de dois ótimos jogadores de futebol, duas figuras adoráveis que atuam em dois dos mais importantes clubes de futebol do mundo. Não deveria haver, portanto, nenhum motivo que levasse torcedores de qualquer time do Brasil a nutrir qualquer tipo de sentimento negativo em relação aos dois atacantes brasileiros que tão bem representam o país lá fora.
Ambos chegaram lá através do próprio talento e esforço. Cada um à sua maneira, são exemplos também pela postura que tiveram ao desembarcar para jogar futebol em duas das ligas mais importantes do planeta: souberam, e ainda sabem, esperar; entendem que a badalação vivida por aqui no início de suas carreiras em nada os ajudaria na Europa; têm a consciência de que não ser “o melhor” não significa ser irrelevante.
Ao contrário de tantos jogadores que desembarcam no futebol europeu e logo voltam por não entender as mudanças de contexto que vivem, Gabriel e Vinicius Jr. não têm arrogância alguma: foram à Europa para aprender, para ouvir e aproveitar as oportunidades que lhes fossem concedidas pelos melhores técnicos do mundo. Exatamente como ocorreu neste fim de semana, nos jogos de Manchester City e Real Madrid.
Gabriel Jesus foi eleito o melhor em campo na goleada sobre o Norwich e, não bastasse isso, ouviu de Pep Guardiola, após o jogo, frases que levará para a vida toda e que poderá ostentar no seu currículo. Frases como: “A melhor coisa de ser um técnico de futebol é poder trabalhar com pessoas como o Gabriel. Ele nunca reclama, sempre faz o melhor possível, nunca desrespeita os colegas ou minhas decisões. Joga sempre feliz.”
Vinicius Jr., por sua vez, saiu do banco de reservas para fazer dois dos três gols do Real Madrid no empate com o Levante (veja no vídeo abaixo). Segundo a imprensa espanhola, o brasileiro conta com toda confiança do técnico Carlo Ancelotti, que já teria dado ao atacante importantes conselhos em relação às decisões que toma dentro da área – ele já fez 3 gols em apenas 55 minutos jogados no atual Campeonato Espanhol.
Veja os gols de Real Madrid x Levante!
Diante do talento e da postura do dois, seria muito difícil entender por que, sempre que seus nomes vêm à tona, uma infinidade de comentários negativos discutindo suas qualidades ou questionando seus futuros contamina o debate. Seria difícil, mas não é, porque estamos a cada dia mais habituados com o clubismo doentio e nocivo que tem contaminando tudo que envolve o futebol no Brasil.
É notável a tristeza na vida dos que amam odiar, dos que preferem celebrar as derrotas alheias às próprias vitórias, dos que buscam motivos para festejar o insucesso do outro na patética esperança de conseguir atrelá-lo a um rival. Vinicius Jr. e Gabriel Jesus não jogam mais por Flamengo e Palmeiras, aos quais certamente são gratos. Assim, contentar-se com o sucesso deles deveria ser o óbvio para qualquer fã de futebol no Brasil: não só pelo que estes garotos fazem em campo, mas por como são fora dele. Infelizmente, não é assim.
Vinicius Jr. e Gabriel Jesus têm hoje muitos motivos para comemorar. As grandes atuações por seus clubes no fim de semana, o fato de vestirem duas das camisas mais importantes do futebol atual, o apreço de seus treinadores. Mas, além de tudo isso, eles têm que celebrar o sucesso profissional que os consolida como jogadores relevantes em um ambiente que, mesmo podendo não ser o ideal, é bem menos tóxico e contaminado do que o que temos vivido onde eles começaram suas importantes trajetórias.
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