Tite cometeu erros, um deles claro, mas classificar todo seu trabalho como fraco soa oportunismo
O Brasil não havia sofrido sequer um chute a gol no momento em que a bola desviada em Marquinhos morreu no gol de Alisson, levando o jogo para a disputa de pênaltis que terminaria com o Brasil eliminado e a Croácia classificada às semifinais da Copa do Mundo.
As 21 finalizações da seleção brasileira (11 no gol) foram em vão, muito também pela excepcional atuação do goleiro Livakovic, eleito corretamente o melhor em campo no confronto desta sexta-feira (9).
Dito assim, o resultado poderia aparentar ser reflexo de uma injustiça que não houve, considerando-se a atuação impecável da Croácia, dentro das suas possibilidades, e a execução de um plano de jogo quase à perfeição (o seria mesmo com derrota).
Mas se não serve para classificar o resultado como “injusto”, o roteiro dos 120 minutos serve, sim, para mostrar que o trabalho de Tite neste último ciclo não é o desastre que agora se pinta no calor da eliminação. Afinal, sabemos, não foi à toa que o Brasil chegou favorito como chegou ao Qatar.
Hoje foram cometidos erros. Alguns discutíveis e outros, não.
Nada explica o fato de Neymar não cobrar, se não o primeiro pênalti da série de cinco, pelo menos a penalidade decisiva – aquela que, se perdida (como foi, por Marquinhos), eliminaria a seleção brasileira. Deveria tê-lo feito, por iniciativa própria ou cumprindo ordens de Tite, e não o fez.
Também é difícil entender a saída de Vinícius Júnior tão cedo, mesmo que para a entrada de Rodrygo. A postura da equipe a três minutos do final, vencendo a prorrogação por 1 a 0, contra um time de qualidade, é de compreensão ainda mais nebulosa, sobretudo para uma seleção habituada a se defender tão bem quanto a brasileira.
Mas o quanto esses (eventuais) erros de hoje podem e devem pesar numa avaliação ponderada e acima de tudo honesta do trabalho de Tite?
Vale pensar o que estaríamos dizendo agora no caso de a bola do gol croata não ter desviado em Marquinho. As críticas mais duras estariam mantidas, apesar da vitória? Difícil crer nisso. Então, o quanto é justo esses poucos centímetros mudarem tanto uma análise?
Este texto pode soar repetitivo, eu sei, porque é também repetitivo o hábito de mudar radicalmente uma avaliação baseada em um único placar, de um único jogo, muitas vezes definido por um detalhe – como aconteceu nesta terça-feira.
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