Saída de Conte escancara projeto chinês insustentável na Inter de Milão
A Inter de Milão buscou Antonio Conte por seu histórico de conquistas alcançadas quase que imediatamente. Afinal, o técnico tirou a Juventus de um sétimo lugar para o título logo em sua primeira temporada e estabeleceu uma hegemonia. Em seu primeiro e único ciclo com a seleção italiana, venceu equipes de elencos melhores, como Bélgica e Espanha, na Euro de 2016. À Premier League, chegou junto com Pep Guardiola e já levantou a taça no primeiro ano, com o Chelsea.
Por isso, não é surpresa que o treinador de 51 anos tenha levado os nerazzurri ao primeiro título do Italiano em 11 anos, logo em sua segunda temporada no cargo. Na primeira, havia batido na trave. Sua ambição, porém, era ir por mais. Não apenas iniciar um ciclo de domínio doméstico, como também ter sucesso na Champions League, algo que ainda lhe falta.
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Isso é o que lhe foi prometido pelos donos do clube de Milão. E assim que ficou claro que o plano para a temporada 2021-2022 envolvia diminuir as possibilidades de crescer em competitividade, Conte optou por uma saída consensual.
A relação do grupo Suning com o futebol mudou depois que a empresa, gigante do varejo, foi socorrida pela entrada de acionistas ligados ao governo. Último campeão chinês, o Jiangsu Suning encerrou suas atividades, deixando dívidas com jogadores e funcionários, como Miranda e Éder, ambos hoje no São Paulo.
Os gastos com a Inter ficaram mais difíceis de cobrir com a perda de receitas na pandemia, e à agremiação não restou alternativa além de buscar um novo parceiro. Aproveitando esta oportunidade, o fundo de investimentos Oaktree assumiu 31% das ações do clube e fez um empréstimo de 275 milhões de euros para cobrir custos imediatos, como salários do elenco.
O que acontece caso Suning perca o prazo dos pagamentos? Os credores podem tomar o controle do clube. Foi o que aconteceu com o Milan e seus antigos proprietários chineses, que perderam o clube para o fundo Elliott.
Segundo a Bloomberg, potenciais compradores do clube foram afastados pelo fato de boa parte dos patrocínios da Inter ter ligação ao próprio grupo Suning.
Ou seja, não resta alternativa imediata além de reduzir custos. A realidade passada a Conte era a de fechar o mercado no azul em até 100 milhões de euros, o que só é alcançável com a venda de algum dos pilares do elenco, como Lautaro Martínez ou Romelu Lukaku. Além disso, cortar até 20% da folha salarial, com reservas mais caros sendo liberados ou negociados.
Sentindo que as promessas não poderiam ser cumpridas, Conte optou por negociar uma saída antecipada.
Seu nome pode fazer barulho no mercado, com clubes importantes ainda incertos sobre quem estará no comando. Quem optar por Antonio Conte sabe que terá à disposição alguém que nem sempre é fácil de se lidar, mas que costuma cumprir o que promete - desde que seja recíproco.
Saída de Conte escancara projeto chinês insustentável na Inter de Milão
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