Carli Lloyd deu esperanças para que mulheres tenham uma chance inédita na NFL

Paula Ivoglo
Paula Ivoglo

Há aproximadamente uma semana, viralizou um vídeo de Carli Lloyd chutando um field goal de 55 jardas, em um treino conjunto do Philadelphia Eagles e Baltimore Ravens.


Lloyd, atual campeã mundial de futebol com a seleção feminina dos Estados Unidos, que além desse, acertou outro de 40 jardas, começou a levantar questionamentos sobre se ela poderia assumir ou não a posição de um kicker da NFL.

O assunto escalou rápido, e Lloyd recebeu de fato uma oferta para se tornar a primeira mulher kicker da história da NFL!

De acordo com seu treinador, James Galanis, há sérios interesses na atleta depois de ela ter conseguido tal feito.

Galanis contou a Fox Sports que um time da NFL queria que ela jogasse uma partida no jogo de quinta-feira pela pré-temporada, mas a melhor jogadora do mundo de 2015 não poderá, pois participará uma partida com a seleção americana de futebol feminino (USWNT) contra Portugal na mesma data.

“Um time está disposto a colocá-la no roster. Disseram que ela poderia jogar na quinta”, disse Galanis. “Eu não quero falar qual foi o time, mas ela joga pela seleção nessa quinta, então há um conflito de agendas. ”

Todos os 32 times da NFL jogam seu último jogo da pré-temporada nessa quinta-feira, então fica difícil descobrir qual deles fez a oferta.

O chute de Lloyd viralizou nas redes sociais e impressionou o Pro Football Hall of Famer Gil Brandt, que é o ex-vice-presidente de Player Personnel do Dallas Cowboys. Brandt escreveu em seu Twitter: “Honestamente, eu não acho que vai demorar muito para vermos uma mulher quebrando essa barreira na NFL. Eu a chamaria para um tryout, se eu fosse os Bears”.


O Chicago Bears teve um problema claro com o kicker durante os playoffs contra os Eagles na última temporada. Recentemente, o time dispensou Elliott Fry e parece que vão seguir com Eddy Pinero como titular para a posição.

Sabemos que treino é bem diferente de jogo, afinal, ela chutou sozinha, sem pressão da linha defensiva, sem toda a pressão do jogo em si, sem técnicas ou obedecendo regras, e são aspectos que fazem total diferença no resultado - Lloyd sabe disso. Mas pressão parece ser algo que motiva a jogadora: “Na verdade, eu faço um convite à pressão. Eu amo a pressão. Quando eu tenho que acertar alguma coisa - arremessar aros, arremessar machados, fazer um chute - é o momento em que vivo e quero. Tudo se resume à mente, treinando a mente.”

De acordo com seu treinador, Lloyd teria declinado a oferta de qualquer maneira, mesmo que não tivesse outra partida no mesmo dia, devido à falta de tempo para se preparar, mas é algo que ela está pensando para o futuro.

"Vale a pena ter algumas conversas sobre isso. Com a prática e alguém me mostrando, eu sei que posso fazer. Eu tenho um dos chutes mais precisos do nosso jogo. O mais difícil seria me acostumar com os grandalhões lá, mas nada me assusta. Você se boicota se tiver medo. Qual o pior que pode acontecer? Eu não fazer parte do time? Digamos que eu tentei. Talvez eu mude o panorama. ”

Se algum dia Lloyd vai tentar ou não, não sabemos, mas além dela, outras tantas mulheres sonham em ter uma chance na NFL, e quem sabe esse não seja um começo?

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Jogadores do draft 2021 da NFL com passado no beisebol | Semana MLB

Ubiratan Leal
Ubiratan Leal

O Semana MLB é um post em forma de newsletter sobre os principais temas (e a programação de TV) da MLB. Toda sexta uma nova edição

Tom Brady, John Elway, Patrick Mahomes, Dan Marino, Marshall Faulk, Russell Wilson, Golden Tate, Steve McNair, Ricky Williams, Joe Theisman, Jameis Winston, Archie Manning, Kyler Murray, Daunte Culpepper, Matt Cassel, Colin Kaepernick e até Johnny Manziel. Todos esses jogadores têm algo em comum, além de terem se tornado famosos por jogar futebol americano. Todos foram draftado pela Major League Baseball antes de chegarem à NFL.

Não é preciso se inscrever para o Draft da MLB. Os clubes se reúnem e vão selecionando os jogadores universitários ou de ensino médio considerarem mais promissores, sem ter certeza se o jovem está pretende seguir carreira no beisebol. Claro, as equipes pesquisam para ter alguma ideia da pretensão de cada um, mas há uma margem de erro. Assim, vários garotos que mostraram talento arremessando ou rebatendo em um diamante não aceitam o convite do draft, e preferem seguir a vida. E às vezes essa sequência da vida inclui jogar futebol americano.

Não foi diferente no draft 2021 da NFL, ainda que nenhuma das principais promessas do futebol americano deste ano tivesse tanta ligação com o beisebol. No primeiro dia do recrutamento do futebol americano, apenas o quarterback Justin Fields tem histórico consistente no beisebol.

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Fields, escolhido pelo Chicago Bears na 11ª posição geral, atuava como segunda base e shortstop no ensino médio e chegou a participar do Perfect Game National Showcase, torneio que reúne os principais talentos do high school em todos os Estados Unidos. Fields até pensou em atuar nas duas modalidades quando foi para a universidade Ohio State, mas preferiu ficar apenas com a bola oval.

Mas é provável que o novo quarterback dos Bears não fique sozinho nessa lista. Entre os jogadores cotados a serem chamados nas rodadas seguintes, outros quatro têm ligação com o beisebol.

Feleipe Franks, quarterback de Arkansas, chegou a ser selecionado no draft da MLB em 2019. Ele nem jogou no beisebol universitário, mas fez uma sessão de bullpen e impressionou os olheiros do Boston Red Sox, que resolveram apostar no garoto.

Alim McNeil, defensive tackle, chegou a fechar para jogar dois esportes na NC State. Acabou apenas com o futebol americano, o que tirou da equipe de beisebol dos Wolfpacks um defensor externo que rebatia com potência.

Zach McPhearson, cornerback de Georgia Tech, chegou a ser apontado como o oitavo jogador mais promissor do estado de Maryland quando jogava como defensor externo no beisebol escolar (ensino médio). Ele poderia seguir os passos do irmão, Matt, que foi draftado pelo Arizona Diamondbacks e jogou alguns anos nas ligas menores. Mas preferiu a bola oval.

O último caso é o de Ben Cleveland, que teve incríveis 51,2% de aproveitamento no bastão como primeira base no time de sua escola no ensino médio. No entanto, se comprometeu apenas com a linha ofensiva quando foi para a Universidade da Geórgia, deixando o beisebol para trás.

Personagem

Jacob deGrom é a prova de como “vitórias” e “derrotas” devem ser relativizadas ao máximo quando encaradas como estatísticas para arremessadores (mesma discussão que ocorre no futebol americano com quarterbacks). O ás do New York Mets tem uma temporada assombrosa, com ERA de 0,51 (abaixo de 3 já é considerado ótimo) após cinco jogos. Para se ter uma ideia, ele cedeu duas corridas no montinho, mas tem duas corridas impulsionadas e três anotadas como rebatedor. Ainda assim, está com duas vitórias e duas derrotas em 2021. Sua última partida ocorreu nesta quarta, quando ele arremessou seis entradas e cedeu apenas uma corrida contra o Boston Red Sox. Placar do jogo: 1 a o, e mais uma derrota de DeGrom.

Vídeo da semana

Génesis Cabrera, do St. Louis Cardinals, manda uma bola rápida de 97 milhas/hora (156 km/h) direto na cara de Bryce Harper, do Washington Nationals. Claro, Harper deixa o jogo para ser atendido, mas incrivelmente não sofreu nenhuma lesão. Veja aqui.

O que vem por aí

Os confrontos entre Houston Astros e New York Yankees se tornaram programa imperdível para quem gosta de beisebol com intensidade. Duas das principais forças da MLB nos últimos anos, se encontraram duas vezes na final da Liga Americana (em 2017 e 19). Pois a série desta semana -- a ESPN transmite o jogo da terça, veja abaixo -- tem um ótimo duelo de arremessadores na quinta. Lance McCullers, que destruiu o ataque dos Yankees com uma sequência de bolas de curva nos playoffs de 2017, encontra Gerrit Cole, um dos melhores do mundo na atualidade e que estará jogando contra sua antiga equipe pela primeira vez.

Phillie Phanatic exibe tênis exclusivo ao lado de Bryce Harper
Phillie Phanatic exibe tênis exclusivo ao lado de Bryce Harper Getty Images

E, no próximo Sunday Night...

Quando se fala nas maiores rivalidades da MLB, logo se pensa em Yankees x Red Sox, Los Angeles Dodgers x San Francisco Giants e Chicago Cubs x St. Louis Cardinals. Pois uma forte candidata à quarta posição da lista é New York Mets x Philadelphia Phillies, equipes que fazem uma série acirrada neste fim de semana. As duas equipes dividem com o Atlanta Braves a liderança da Liga Nacional Leste, uma divisão em que o lanterna está apenas um jogo atrás do trio de ponteiros. No jogo do domingo à noite, David Peterson abrirá o jogo pelo time nova-iorquino, enquanto que os Phillies terão Zach Eflin. 

#MLBnaESPN #MLBFoxSports na semana

Sexta, 30/abr
20h - Houston Astros x Tampa Bay Rays (ESPN App)

Domingo, 2/mai
20h - New York Mets x Philadelphia Phillies (ESPN)

Segunda, 3/mai
22h30 - Tampa Bay Rays x Los Angeles Angels (Fox Sports)

Terça, 4/mai
20h - Houston Astros x New York Yankees (ESPN 2)*

Quarta, 5/mai
20h30 - Los Angeles Dodgers x Chicago Cubs (ESPN 2)*

Sexta, 7/mai
20h - Washington Nationals x New York Yankees (ESPN 2)*

Obs.: Grade sujeita a alteração

* Partidas que podem ir para o ESPN App por eventual conflito de grade com etapa do Mundial de Surfe

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Por que os EUA usam 'liga fechada' e como não dá para comparar com Superliga europeia

Ubiratan Leal
Ubiratan Leal
Marlins Park MLB 26/09/2015
Marlins Park MLB 26/09/2015 Rob Foldy/Getty Images

Um campeonato disputado sempre pelos mesmos times, todos com muita força econômica e apelo de público. Não há promoção ou rebaixamento, tampouco critérios esportivos para a entrada de novos integrantes nesse clube fechado, mas há a garantia de que o torneio sempre terá os times com maior potencial de retorno financeiro. É a base da Superliga anunciada por alguns dos maiores clubes da Europa neste domingo. E também é o modelo no qual se desenharam as principais ligas dos Estados Unidos. Por isso, muitos já fizeram a comparação imediata.

A relação não é despropositada, até porque os investidores norte-americanos de clubes como Manchester United, Liverpool e Arsenal também trabalham com esporte nos Estados Unidos e conhecem bem os benefícios de “ligas fechadas”. No entanto, é preciso entender contextos, e esses dois universos -- futebol europeu e esportes americanos -- divergem bastante nesse aspecto.

A primeira liga profissional a surgir nos Estados Unidos foi a NAPBBP (National Association of Professional Base Ball Players), em 1871. Era uma bagunça. O modelo econômico do esporte ainda não estava consolidado e o campeonato reunia clubes com comprometimento muito diferente com a competição. Alguns, os mais fortes, conseguiam atrair torcedores, vender ingressos e, com isso, bancar os salários dos atletas. Os que pertenciam a empresários engajados na ideia de criar uma indústria em torno do esporte também se bancavam esperando o retorno lá na frente. Mas havia muitos aventureiros no meio, que preferiam abandonar o torneio no meio da temporada para ganhar dinheiro em cachês para disputar amistosos pelo interior.

Era impossível uma liga esportiva vingar como negócio dessa forma. Ainda mais em um país com distâncias enormes como os Estados Unidos (o que não ocorre nos países europeus). Ficou evidente que um campeonato forte precisaria que todos os times fossem minimamente sustentáveis para ficar em pé.

Desse modo, o dono do Chicago chamou os colegas de outros clubes para criar uma nova liga, com novo modelo. Quem quisesse participar teria de garantir o respeito ao regulamento e a permanência por toda a temporada. Por isso, priorizaram equipes de grandes cidades, com mais potencial de mercado, mas evitando times da mesma cidade para que não houvesse concorrência interna.

Foi desse modo que surgiu a Liga Nacional (hoje uma das metades da MLB) em 1876. Sim, século 19, da época em que o Brasil era um império com Dom Pedro II no comando. De seus integrantes originais, sobreviveram o Chicago Cubs e o Atlanta Braves. 

As demais ligas norte-americanas que surgiram depois seguiram esse modelo. Lista fechada de integrantes, com controle de finanças forte para que todas as equipes tenham capacidade de competir e de prosperar economicamente. Quando há expansão, procura-se buscar regiões ainda pouco atendidas pela liga, justamente para levar as partidas para o máximo possível de regiões dos Estados Unidos -- e, eventualmente, do Canadá. As cidades menores ficam fora desse sistema, mas quase todas acabam tendo um time universitário por perto, lembrando que as competições universitárias de futebol americano e basquete são mais antigas e enraizadas que as profissionais.

Barcelona e Real Madrid estão entre os fundadores da Superliga europeia
Barcelona e Real Madrid estão entre os fundadores da Superliga europeia Getty Images

É aí que o modelo norte-americano se distancia brutalmente da Superliga europeia de futebol. O modelo de liga fechada surgiu para garantir a própria existência da competição, mas veio casado com mecanismos que assegurem distribuição de recursos, equilíbrio técnico e até uma certa “democracia geográfica” (na falta de um termo melhor). 

Das ligas americanas, a Superliga europeia tem apenas o fato de buscar um formato de membros fechados. A democracia geográfica é nula, com 12 times fundadores representando apenas três países (Espanha, Inglaterra e Itália) e sete cidades (Barcelona, Liverpool, Londres, Madri, Manchester, Milão e Turim). A busca por equilíbrio técnico também não parece ser a tônica, ou alguém acha que alguns dos fundadores se sujeitarão a um teto salarial que limite sua capacidade de contratar craques? Ou que os oito times não-fundadores que entrassem no torneio teriam a mesma cota de TV e ainda a preferência na contratação de jovens (equivalente ao draft)?

Da forma como ela se propõe, a Superliga não apenas dá a seus integrantes o monopólio da possibilidade de se dizer “campeão europeu”, como ainda seria completamente predatória com “o resto”, uma vez que seus clubes querem continuar jogando suas ligas nacionais. Ultrabombados com os bilhões que receberiam pela Superliga, obviamente teriam elencos muito mais poderosos do que qualquer outro em seus países e relegariam ainda mais seus vizinhos. Clubes centenários, muitos com enorme torcida.

Mal comparando, seria como se algumas universidades, que já são dominantes nas competições da NCAA, se fundissem com times da NFL ou da NBA para criar equipes aproveitassem ao máximo os dólares movimentados nesses dois níveis de basquete ou futebol americano (impossível acontecer, só hipótese). Usariam os bilhões do profissional e teriam equipes surreais para o padrão universitário, dominando os torneios da NCAA e destruindo as equipes das demais universidades.

Isso já acontece hoje devido à força econômica da atual Champions League, mas se tornaria ainda mais radical. Até porque o Leicester, o Sevilla ou a Atalanta até podem fazer uma boa temporada, arrecadar alguns milhões de euros a mais jogando um torneio continental e ir gradualmente ganhando terreno. Não conquistarão a Champions, mas podem se meter entre os grandões por um tempo e até levantar um campeonato ou copa nacional pelo caminho. Pela proposta da maioria dos gigantes europeus, nem essa possibilidade haveria mais.

O sistema americano tem problemas e muitos deles merecem ser contestados. Mas a adoção de liga fechada se deu dentro de um contexto muito particular, com vários mecanismos para garantir não apenas a sustentabilidade econômica de todos, mas também para criar equilíbrio e levar a competição para todas as regiões do país. Tudo o que a Superliga europeia não propõe.

Fonte: Ubiratan Leal

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Ranking dos melhores All-Star Games dos esportes americanos

Ubiratan Leal
Ubiratan Leal

O Jogo das Estrelas é uma marca do esporte americano. Toda liga que se dê ao respeito cria o seu, nem que essa partida seja, na verdade, uma corrida. Sim, a Nascar tem a All-Star Race. Cada um desses eventos tem suas peculiaridades, mas todos são tratados como grandes momentos e têm lotação total nas arquibancadas. O que não significa que seja tudo maravilhoso. A All-Star Games que são criticados, cornetados e mudam constantemente de formato justamente para deixá-los mais atraentes ou tecnicamente relevantes.

Por isso, preparamos um ranking dos principais ASGs das ligas dos Estados Unidos. E, para criar um suspense de araque, vou colocar em contagem regressiva.

6) NFL

Como é: Único All-Star Game que não é disputado no meio da temporada. No fim de semana entre as finais de conferência e o Super Bowl, os melhores da Conferência Nacional enfrentam os da Americana. O público escolhe os jogadores.

O que é legal nele: Pouca coisa. Talvez o fato de ser a penúltima oportunidade do público ver futebol americano antes de meses de parada, o que motiva pessoas a darem audiência incrível a um espetáculo bizarro. Por ser um jogo sem importância real para o campeonato, dá margem para jogadores brincarem mais em campo. E, nos últimos anos, criaram um concurso de habilidades que antecede a partida em si que é até divertido, apesar de ainda não ter o apelo de público de um Home Run Derby ou Concurso de Enterradas.

O que não é legal: O futebol americano se baseia muito na criação de jogadas pré-combinadas, com cada jogador de ataque tendo uma função determinada e o quarterback sabendo quais serão as opções possíveis para o avanço. Como fazer isso com jogadores que mal se juntaram e não puderam combinar nada muito elaborado? Além disso, pelo fato de a partida anteceder a decisão do campeonato, os jogadores dos times finalistas ficam de fora. Ou seja, algumas das estrelas mais em alta não jogam. E, claro, na véspera de entrar oficialmente de férias, nenhum jogador vai se arriscar em uma marcação forte e correr o risco de trocar meses tomando sol por uma sala de fisioterapia devido a contusão em um amistoso.

Conclusão: O jogo é uma grande pelada entre os craques. E não, não é legal de ver. O fator “show” se limita à esperança de ver o Chad Ochocinco chutar ou não um field goal. Não à toa, já se cogitou a extinção do Pro Bowl.

Pro Bowl
Pro Bowl Getty Images

5) MLS

Como é: Uma seleção de jogadores da MLS enfrenta um grande time europeu em turnê de pré-temporada pelos Estados Unidos. O último, em 2019, foi o Atlético de Madrid. Mas vai mudar para 2021, com um jogo entre as Estrelas da MLS contra as Estrelas da Liga MX (Campeonato Mexicano).

O que é legal nele: O público tem a oportunidade de ver os craques do clube europeu. Não é muita coisa, pois vários clubes europeus já fazem parte de sua pré-temporada em gramados norte-americanos. Por isso ficou em quinto lugar no ranking, mas tem potencial para subir algumas posições no futuro. A proposta de um duelo MLS x Liga MX é ótima, pois leva a um amistoso toda a rivalidade entre seleções, público, jogadores e ligas de México e Estados Unidos. E, sim, essa rivalidade é enorme.

O que não é legal: A ideia é criar um evento que meça a qualidade do futebol da MLS com a da elite europeia, e a imprensa de futebol dos Estados Unidos fala nisso incessantemente, mas é difícil acreditar. O clube europeu está claramente em pré-temporada e não se esforça realmente para vencer. Parece um amistoso como qualquer outro.

Conclusão: Vamos esperar os próximos All-Star Games da MLS. Essa proposta de MLS x Liga MX é realmente muito boa.

4) Nascar

Como é: Faz parte de uma semana cheia de eventos em Charlotte, incluindo a imortalização de uma nova turma no Hall da Fama, concurso de pit stop, corrida da Truck e a Coca-Cola 600 (as 600 Milhas de Charlotte, não é a garrafa de refrigerante). Na All-Star Race em si, correm os pilotos que venceram alguma prova nos últimos 365 dias e os pilotos na ativa que já conquistaram o título ou alguma edição anterior da ASR. Mais duas vagas ficam abertas para uma corrida de repescagem e escolha do público. O vencedor ganha US$ 1 milhão.

O que é legal nele: A ideia é bem engenhosa, ainda mais aproveitando a série de eventos para incentivar o torcedor da Nascar a ficar dez dias na maior cidade das Carolinas. A corrida com pré-classificação é interessante e o concurso de pit stops é bastante animado. E a corrida em si, apesar de um regulamento confuso pela criação de etapas dentro dela, é animada e tem nível de intensidade semelhante ao de qualquer corrida de temporada da Nascar.

O que não é legal: Para criar emoção e interesse do público durante toda a duração da prova, a ação é dividida em várias etapas com um regulamento que fica confuso para o torcedor de ocasião (e Jogos -- ou Corrida -- das Estrelas têm muito fã de ocasião) e artificial para os mais tradicionalistas. 

Conclusão: O fato de parecer realmente uma competição de temporada normal é bastante relevante. Só podia ter um regulamento ligeiramente mais simples.

3) NHL

Como é: Já adotou diversos formatos, do tradicional duelo de conferências até América do Norte x Resto do Mundo e um Seleção da NHL x União Soviética. Atualmente, falar em “All-Star Game” é injusto. É um “All-Star Tournament”, pois são formados seleções de cada divisão da liga. Elas disputam um mini-torneio em mata-mata. Ah, e os jogos são com times de três jogadores mais o goleiro no gelo.

O que é legal nele: Ver sua divisão se mostrar a melhor tem algum apelo para o público e para os jogadores, além de ter a pequena emoção de um campeonato. Além disso, colocar equipes com dois atletas a menos no rinque aumenta os espaços e a ação da partida, reduzindo também a quantidade de impactos que poderiam causar lesões. E os concursos do sábado são bastante disputados.

O que não é legal: A partida é um festival de ataques, pois ninguém está a fim de marcar forte e correr o risco de se machucar em uma trombada mal calculada. Soa legal, mas o jogo fica caricato (e sem ganhar tanto no fator show como o ASG da NBA).

Conclusão: Os concursos de sábado são realmente bons, e valem muitos pontos para o ranking.

Justin Bieber participa do jogo das estrelas da NHL e é amassado por defensor do hall da fama
Justin Bieber participa do jogo das estrelas da NHL e é amassado por defensor do hall da fama Getty Images

2) MLB

Como é: Os melhores da Liga Nacional contra os melhores da Americana. O público elege os jogadores titulares, os técnicos definem os reservas. Até 2016, a liga vencedora tinha vantagem do mando de campo na World Series. Ou seja, era o único Jogo das Estrelas que realmente vale algo. Um dia antes do jogo, é feito o Home Run Derby.

O que é legal nele: O Home Run Derby teve vários formatos ao longo dos anos, e talvez tenha achado o modelo ideal em 2015. Tornou-se um evento espetacular pela emoção e por mostrar o talento e força de um grande jogador de potência da MLB. O jogo em si não sofre de alguns problemas dos ASGs de outras ligas: a falta de marcação. Como há menos impacto no beisebol, o jogo se desenrola de modo similar ao de uma partida de temporada regular. Alguns arremessadores baixam um pouco sua intensidade, os técnicos também não entram em duelo tático tão profundo, mas parece uma partida convencional. E isso é bom.

O que não é legal: Há muita troca de jogadores, o que normalmente nos tira a possibilidade de ver um arremessador fazer mais de duas entradas e de um rebatedor ir ao bastão mais de duas vezes (aliás, se for duas vezes já é muito). E como o beisebol é como o futebol, quem é substituído não volta mais, o final da partida tem apenas os reservas em campo. São grandes jogadores ainda, claro, mas provavelmente não são os craques que mais motivaram o torcedor a ir ao estádio ou ligar a TV.

Conclusão: Tem potencial, o jogo é o menos descaracterizado em relação a uma partida oficial, mas podia trabalhar melhor a emoção do final da partida. Inclusive testando regras diferentes, como poder voltar alguns rebatedores ou iniciar a nona entrada do ponto que quiser do alinhamento ofensivo.

1) NBA e WNBA*

Como é: Os jogadores são eleitos por votação, mas não têm time definido. As ligas escolhem dois craques para serem os capitães, e eles selecionam seus companheiros de equipe como qualquer criança quando junta a turma para jogar bola no campo do bairro ou na escola. A partida usa o Elam Ending, sistema em que os times jogam três quartos normalmente, mas o quarto período não tem tempo definido. É definida uma meta de pontuação (24 pontos a mais do que tem o time na liderança do marcador após três quartos) e vence quem alcançar antes. Nos dias anteriores, há duelo de seleção de estreantes contra segundanistas, jogo com celebridades e ex-jogadores e concurso de habilidades, enterradas e três pontos.

Zach LaVine e Aaron Gordon em um dos maiores duelos da história do Concurso de Enterradas
Zach LaVine e Aaron Gordon em um dos maiores duelos da história do Concurso de Enterradas Reprodução/ESPN

O que é legal nele: Não há marcação, então os ataques podem protagonizar um espetáculo de habilidade e acrobacias com uma bola, mostrando o nível de técnica e capacidade atlética dos jogadores. A adoção do Elam Ending tornou o jogo mais emocionante porque toda a partida acaba tendo uma cesta da vitória, mesmo que seja um lance livre.

O que não é legal: A partida em si é espetacular pelas jogadas, mas incomoda a falta de marcação das defesas. Não parece um jogo normal. Ah, e já se foi o tempo em que os craques entravam no concurso de enterradas.

Conclusão: No basquete, o apelo de montar times cheios de craques funciona e os eventos dos dias anteriores ajudam a criar o clima. Parece realmente ser um fim de semana de celebração ao basquete.

Fonte: Ubiratan Leal

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A audiência do Super Bowl nos EUA caiu 9%. E isso não é tão ruim quanto parece

Ubiratan Leal
Ubiratan Leal

A sequência do noticiário do Super Bowl já é conhecida: nos dias anteriores se fala dos preparativos do jogo e da grandiosidade do evento, no domingo é momento da partida em si, na segunda tem repercussão do resultado e das novas propagandas que tiveram mais impacto na transmissão dos EUA e na terça a NFL se gaba de mais um recorde de audiência. Em 2021 foi diferente. Toda a rotina estava sendo seguida, mas a cereja não foi colocada em cima do bolo. A audiência de Tampa Bay Buccaneers x Kansas City Chiefs foi 9% abaixo de Chiefs x San Francisco 49ers, a finalíssima do futebol americano em 2020. Hora de pânico? Não.

Tom Brady em Bucs x Chiefs
Tom Brady em Bucs x Chiefs Getty Images

Não dá para dizer que esse número é desejável. A NFL gosta de vender a ideia de liga em eterno crescimento e o Super Bowl é o grande representante disso por ser o maior evento televisivo dos Estados Unidos. E essa condição se justifica principalmente pelo altíssimo nível de audiência, sempre na casa de 100 milhões de pessoas. Nesse aspecto, uma queda de 9% (de 102 milhões para 91,6 milhões, pior marca em 15 anos) é obviamente uma má notícia.

Tudo, porém, precisa de contexto. Até a audiência do Super Bowl.

Um motivo natural para se avaliar variações de audiência em eventos esportivos é ver os times envolvidos. Neste aspecto, a comparação de 2020 com 2021 não traz tanta diferença: o Kansas City Chiefs estavam nas duas finais, e a troca de São Francisco (49ers) por Tampa (Buccaneers) até explicaria uma queda, mas os números mostraram que a presença de Tom Brady fez Boston ter audiência acima do normal para um Super Bowl sem os Patriots. 

Outro ponto já seria mais relevante: o desenrolar da partida. Chiefs 31 x 20 49ers foi definido apenas nos minutos finais, enquanto que Bucs 31 x 9 Chiefs teve claro domínio do time da Flórida e estava decidido antes do final. Isso costuma desmobilizar alguns torcedores e trazer pequenas quedas. Ainda assim, justificaria uma oscilação de um ponto no máximo.

A questão principal é a pandemia de Covid-19. Ou melhor, o comportamento do público americano com eventos esportivos na TV durante a pandemia.

A audiência de praticamente todas as ligas caiu em 2020 (ou 2020-21, no caso da NFL). E não caíram pouco. A World Series teve queda de 32%, atingindo os piores índices de sua história. Parece ruim? Pois a NBA foi ainda pior, com queda de 49% e números sensivelmente piores que os da decisão do beisebol (e as duas finais envolveram mercados parecidos, com Los Angeles x Flórida). E a NHL despencou 61%. 

Obs.: A mesma tendência se identificou ao longo da temporada de todas as ligas e em outras modalidades, mas é importante ressaltar que as decisões de NHL, NBA e MLB ocorreram entre o final de setembro e outubro, no momento mais quente da corrida presidencial americana e alguns jogos da reta final das ligas tiveram até de disputar audiência com debates que tiveram atenção recorde do público. Isso ajudou também a jogar os números ainda mais para baixo


Jogadores do Los Angeles Dodgers celebram a conquista da World Series em 2020
Jogadores do Los Angeles Dodgers celebram a conquista da World Series em 2020 Getty

Nessa comparação, a NFL até teve uma queda leve. Na temporada regular, a audiência média dos jogos foi 7% pior que na temporada anterior. O fato de o Super Bowl ter uma queda um pouco maior pode se explicar por outro fenômeno da pandemia: a redução de aglomerações.

A temporada regular é vista principalmente pelos torcedores. O Super Bowl é diferente, é um grande evento social. Muitas pessoas se reúnem em bares, nas ruas ou na casa de amigos para ver o jogo. Mesmo alguém que não goste de futebol americano acaba indo, pois vai na onda do grupo de amigos e pode ao menos se concentrar nas propagandas ou no show do intervalo. 

Muita gente não se importou com a pandemia e se reuniu de qualquer forma. Mas é natural que ainda há uma quantidade razoável de pessoas que tenham preferido ficar em casa sozinho ou com sua família. E, sem um grupo de amigos em volta, quem não tem interesse especial por NFL talvez tenha preferido fazer outra coisa no horário.

Por isso, há motivos para acreditar que a queda de 9% da audiência do Super Bowl pode ser algo circunstancial. O importante mesmo são os números do próximo. Eles podem indicar o quanto 2021 foi um fenômeno isolado ou é realmente algo que merece atenção especial por parte da NFL.

Fonte: Ubiratan Leal

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Dois títulos em um ano: como Tampa ficou no ranking de cidades campeãs das ligas americanas

Ubiratan Leal
Ubiratan Leal


Campeão do Super Bowl, campeão da Stanley Cup, vice-campeão da World Series. O esporte de Tampa nunca viveu um momento tão espetacular quanto o atual, tanto que muita gente até coloca o título da USL (segunda divisão do futebol dos Estados Unidos). Realmente, são façanhas incríveis para uma região que não costuma ser tão vitoriosa assim, e que muitas vezes gera desconfiança pela oscilação do engajamento de seu público com os times.

Rob Gronkwoski e Tom Brady celebram o título da NFL pelo Tampa Bay Buccaneers
Rob Gronkwoski e Tom Brady celebram o título da NFL pelo Tampa Bay Buccaneers Getty

Pensando em perspectiva histórica, porém, o que essa sequência de títulos representa no cenário das ligas norte-americanas? Tampa já pode ser considerada uma “Cidade de Campeões” (título que várias cidades se deram ao longo das décadas). E Los Angeles, que também está com dois campeões (NBA e MLB) simultâneos?

LEIA MAIS: Tampa e Los Angeles brigam para ter dois títulos ao mesmo tempo. Quando aconteceu antes?

Bem, então aqui está uma edição atualizada do ranking de cidades campeãs do esporte americano. São três rankings, para cada um escolher o que prefere.

Obs.: os rankings consideram as regiões metropolitanas. Por exemplo, São Francisco e Oakland contam como Bay Area, Anaheim conta como parte de Los Angeles e Nova Jersey conta como parte de Nova York. Para a NFL, foram computados também os títulos da NFL e da AFL pré-Super Bowl)

1) Ranking 1 (NFL + MLB + NBA + NHL + MLS)

1 - Nova York (58 títulos)
2 - Boston (39)
3 - Chicago (30)
4 - Los Angeles (27)
5 - Montreal (26)
6 - Detroit (22)
7 - Bay Area (20)
8 - Filadélfia e Toronto (17)
10 - Pittsburgh (16)
11 - St. Louis (14)
12 - Green Bay e Washington (13)
14 - Baltimore e Cleveland (9)
16 - Minneapolis (8)
17 - Dallas, Denver, Houston, Kansas City e Miami (7)
22 - Cincinnati, Edmonton, San Antonio e Seattle (5)
26 - Ottawa e Tampa (4)
28 - Atlanta, Búfalo, Canton, Columbus, Milwaukee e Portland (2)
34 - Akron, Calgary, Frankfort, Indianápolis, Nova Orleans, Phoenix, Providence, Raleigh, Rochester, Salt Lake City e San Diego (1) 

New York Yankees, a franquia com mais títulos nas principais ligas dos Estados Unidos
New York Yankees, a franquia com mais títulos nas principais ligas dos Estados Unidos ESPN

2) Ranking 2 (apenas as 4 ligas mais tradicionais, sem a MLS)

1 - Nova York (58 títulos)
2 - Boston (39)
3 - Chicago (29)
4 - Montreal (26)
5 - Detroit e Los Angeles (22)
7 - Bay Area (18)
8 - Filadélfia (17)
9 - Pittsburgh e Pittsburgh (16)
11 - St. Louis (14)
12 - Green Bay (13)
13 - Baltimore, Cleveland e Washington (9)
16 - Minneapolis (8)
17 - Dallas e Miami (7)
19 - Denver (6)
20 - Cincinnati, Edmonton, Houston, Kansas City e San Antonio (5)
25 - Ottawa e Tampa (4)
27 - Seattle (3)
28 - Búfalo, Canton e Milwaukee (2)
31 - Akron, Atlanta, Calgary, Frankfort, Indianápolis, Nova Orleans, Phoenix, Portland, Providence, Raleigh, Rochester e San Diego (1) 

O Los Angeles Lakers bateu o Miami heat na final para conquistar o título da NBA em 2020
O Los Angeles Lakers bateu o Miami heat na final para conquistar o título da NBA em 2020 Getty Images

3) Ranking 3 (as 5 principais ligas, mas apenas no século 21)

1 - Los Angeles (14)
2 - Boston (12)
3 - Bay Area (8)
4 - Chicago, Pittsburgh e San Antonio (5)
7 - Miami, Nova York e Tampa (4)
10 - Denver, Detroit, Houston, Kansas City, Seattle, St. Louis e Washington (3)
17 - Baltimore, Columbus, Filadélfia e Toronto (2)
21 - Atlanta, Cleveland, Dallas, Green Bay, Indianápolis, Nova Orleans, Phoenix, Portland, Raleigh e Salt Lake City (1)

Fonte: Ubiratan Leal

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Dois títulos em um ano: como Tampa ficou no ranking de cidades campeãs das ligas americanas

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Não existem mais argumentos para não considerar Tom Brady o maior de todos os tempos na NFL

Gustavo Faldon
Gustavo Faldon

Muitos achavam que os seis primeiros títulos de Tom Brady só foram possíveis porque ele estava no New England Patriots, em casa, sendo comandado pelo maior técnico de todos os tempos na NFL: Bill Belichick.

Depois de 20 anos e nove idas ao Super Bowl, Brady desafiou a todos, incluindo ele mesmo. Pegou um time medíocre, escolheu como sua nova casa e ganhou o Super Bowl mesmo assim, seu sétimo título na carreira, mais do que qualquer outra franquia - isso mesmo - na NFL.

Brady agradece apoio, diz que ataque dos Bucs poderia ter feito mais no Super Bowl e garante: 'Eu vou voltar!'

Há ainda quem tente desmerecer isso. Mas ele o fez aos 43 anos, sendo que em qualquer outro esporte não tem nenhum precedente de alguém ser tão dominante com tal idade.

E vale destacar que não houve pré-temporada, os treinos ao longo do ano sendo limitados por conta da COVID-19. E com exceção de Rob Gronkowski, que Tom Brady literalmente tirou da aposentadoria, e uma única partida com Antonio Brown, não havia entrosamento anterior do quarterback com o resto do time.

E os Bucs em 2019 ganharam apenas 7 jogos, ficando de fora dos playoffs. Brady chegou e levou o time a 11 vitórias, não sendo suficiente para além de uma vaga no wild card, o que demonstrava que Tampa Bay, na teoria, não tinha um elenco tão forte quanto seus rivais na conferência e até no resto da liga.

Mas quando mais importava, Brady foi cirúrgico, tendo aos 43 anos uma temporada regular e playoffs que há muito tempo não se via.

Se até o ano passado os adversários fracos na AFC Leste e caminho facilitado na conferência eram os motivos dados para desmerecê-lo, esses foram por água abaixo. Brady foi para a NFC Sul, junto com Drew Brees e os Saints, Matt Ryan e os Falcons e também os Panthers, uma das mais equilibradas da NFL.

E nos playoffs, passou por três dos maiores quarterbacks da história: Brees, Aaron Rodgers e Patrick Mahomes.

Não existem mais argumentos. Tom Brady é o maior de todos os tempos. Desfrutemos de seu talento, já que, mesmo a cada ano isso parecendo ser mais improvável, ele não nos presenteará com isso para sempre.

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Não existem mais argumentos para não considerar Tom Brady o maior de todos os tempos na NFL

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As exigências da NFL para as cidades receberem o Super Bowl

Ubiratan Leal
Ubiratan Leal

Super Bowl LV será disputado em Tampa Bay, casa de um dos finalistas da decisão da NFL
Super Bowl LV será disputado em Tampa Bay, casa de um dos finalistas da decisão da NFL Getty Images

A NFL é uma liga formada por 32 franquias, que realiza sua final em estádios pré-definidos. Faz sentido que ela apenas fique rodando as escolhas dentro das arenas de suas franquias, certo? Errado, muito errado. Apesar de sempre designar a casa de uma de suas equipes para sediar o Super Bowl, a liga trata a partida como um evento completamente à parte, e organizar o jogo deve ser visto como um privilégio. E, como tal, ela impõe às cidades candidatas as mais diferentes exigências.

O tipo de demanda se tornou público em 2013, quando documentos da NFL vazaram para o jornal Minneapolis Star Tribune. O documento entregue às cidades candidatas na época tinha 153 páginas. Muitos itens são perfeitamente justificáveis para garantir a operação tranquila e segura da partida, mas alguns causaram polêmica na época por exigir recursos públicos ou por soarem preciosistas demais. Desde então, é provável que alguns dos pedidos já tenham saído da lista (o documento atual segue sigiloso, e não houve novos vazamentos), seja pela repercussão ruim da época, seja pela pandemia de Covid-19.

De qualquer modo, o impacto do Super Bowl em sua cidade-sede virou tema de diversos debates. As prefeituras têm retorno desse investimento?

Há respostas das mais diversas, pois dependem muito de critérios para se calcular o retorno efetivo. É uma conta semelhante à que vimos sobre as cidades ou países que se comprometem a organizar uma Copa do Mundo, uma edição dos Jogos Olímpicos ou mesmo um grande prêmio de Fórmula 1.

Veja algumas das exigências mais polêmicas que a NFL fazia (ao menos até 2013) para a cidade que recebesse o Super Bowl:

- A prefeitura precisa disponibilizar, sem custos à NFL, uma força-tarefa dedicada exclusivamente a combater ingressos falsos;

- Se cair uma nevasca no dia do jogo, as necessidades do Super Bowl têm de receber prioridade nos esforços da cidade em remover a neve e abrir as vias. Esse item só perde validade em situações de perigo à segurança da população).

- A NFL fica isenta de impostos pelo faturamento no jogo e nos eventos ligados ao jogo, desde os ingressos da partida até na venda de produtos e serviços relacionados ao evento. Se a cidade não conseguir garantir essa isenção, o comitê organizador local é obrigado a reembolsar a liga por esses valores;

- A cidade precisa garantir acesso exclusivo e gratuito à liga para três campos de golfe de alto nível e 18 buracos para receber um torneio durante o fim de semana do Super Bowl. Além disso, a liga exige duas pistas de boliche de alto nível, também para torneio durante a semana do Super Bowl;

- A cidade precisa cobrir todas as despesas para que a NFL envie uma equipe de 180 profissionais para inspecionarem a cidade-sede pouco mais de um ano antes do Super Bowl;

- A cidade tem de disponibilizar 110 apartamentos para a equipe de produção e segurança do Super Bowl 40 dias antes do jogo. E esses imóveis não podem estar a mais de 20 minutos de carro do estádio;

- A liga exige um hotel com mil quartos. Tudo de graça, da hospedagem e uso de salas de reuniões até ao frigobar nos quartos;

- Se o sinal para celular estiver fraco nos hoteis dos times, o comitê organizador local tem de instalar estrutura para reforçar esse sinal;

- Todos os hoteis que receberão os times precisam ter a NFL Network nos quartos. Detalhe: desde um ano antes do Super Bowl.

Fonte: Ubiratan Leal

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Super Bowl terá 22 mil fãs no dia do jogo – 7500 serão profissionais de saúde já vacinados

Antony Curti
Antony Curti

A presença de público na final da Copa Libertadores ontem, no Maracanã, pegou algumas pessoas de surpresa e foi tema de extenso debate nas redes sociais neste final de semana. Na carona disso, muitos me perguntaram se teremos público no Super Bowl LV e a resposta é que sim. A tendência foi de público presente nos estádios da Flórida desde o início da temporada e no Super Bowl ela segue. 

Contudo, não haverá nem remotamente a lotação máxima como é tradicional no evento. A 55ª edição do Super Bowl será automaticamente a com menor público, menos da metade dos presentes no Super Bowl I, na temporada 1966: serão 22 mil pessoas, um terço da capacidade do Raymond James Stadium, casa do Tampa Bay Buccaneers. Lembrando, os Buccaneers são o "time da casa" por serem da NFC e a Conferência Nacional ter essa designação no rodízio entre ela e a Conferência Americana. É a primeira vez que um time joga o Super Bowl no próprio estádio. 

Super Bowl LV será disputado em Tampa Bay, casa de um dos finalistas da decisão da NFL
Super Bowl LV será disputado em Tampa Bay, casa de um dos finalistas da decisão da NFL Getty Images

Desses 22 mil, 7.500 serão profissionais de saúde que já foram vacinados e tiveram as despesas de viagem pagas pela NFL – além de ganharem os ingressos para o jogo. Em entrevista para a CBS, o vice-presidente de Eventos da liga, Peter O'Reilly, mencionou como isso entrou nos planos. "Havia uma oportunidade e um plano para isso, é sobre agradecer, celebrar e honrar, dar um pouco de alegria a essas pessoas que salvaram tantas vidas nas linhas de frente", disse. 

Então, ainda temos 14.500 fãs. Eles serão divididos entre os dois times como tradicionalmente acontece – além, claro, de haver ingressos corporativos que a NFL cede aos patrocinadores oficiais, que vão desde a "pizzaria oficial da NFL" até o "pneu oficial da NFL". Acima de tudo, o Super Bowl tem esse caráter corporativo para a liga.  Contudo, quem estiver presente no dia 7 de fevereiro terá que passar pelos protocolos de segurança da liga. Entre eles, claro, o uso permanente de máscaras e distância entre assentos, bem como outros protocolos como medição de temperatura e outras medidas. 

O Super Bowl LV entre Tampa Bay Buccaneers e Kansas City Chiefs acontece no próximo domingo, 7 de fevereiro, às 20:30 – com Abre o Jogo a partir das 19h. A transmissão é ao vivo e exclusiva da ESPN e você pode também assistir ao jogo no Watch ESPN. 

Siga-me no twitter em @CurtiAntony, no Telegram em meu canal gratuito e no Instagram em @AntonyCurti

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Já sabemos quem venceu o 'divórcio' entre Tom Brady e Bill Belichick

Gustavo Faldon
Gustavo Faldon

         
     

No dia 13 de setembro de 2020, na abertura da temporada da NFL, o New England Patriots vencia o Miami Dolphins com Cam Newton anotando dois touchdowns corridos. Horas mais tarde, o Tampa Bay Buccaneers era atropelado pelo New Orleans Saints com Tom Brady sendo interceptado duas vezes em um dia em que claramente notava-se a falta de entrosamento com o novo time.

Muitos acharam ali que Brady ia sofrer nos Bucs e que Bill Belichick era o verdadeiro “vencedor” do divórcio com o quarterback mais vitorioso de todos os tempos.

Quatro meses depois, o inverso se tornou verdadeiro.

Ao longo de 20 anos, a discussão do “ovo e da galinha” entre os dois existia. Achávamos que nunca conseguiríamos saber a resposta, já que o elo entre eles parecia eterno. Mas agora é possível afirmar que Brady foi o verdadeiro vencedor da separação.

É claro que o elenco dos Patriots já vinha piorando desde o ano passado. Mas com Brady lá, mesmo com uma defesa não confiável e sem nenhum recebedor de alto nível praticamente, New England ganhou 12 jogos e foi aos playoffs.

Sem Brady, os Patriots ficaram fora da pós-temporada e venceram só 7 vezes.

Brady foi para Tampa Bay e pegou um time com jovens talentos e que se reforçou ao longo da temporada, principalmente com a chegada de Antonio Brown, além de já contar com uma ótima defesa.

Mesmo com um elenco mais qualificado, é inegável que o impacto do time que não ia aos playoffs havia 13 anos se deve a Tom Brady. Ele melhora qualquer time na NFL. E já chegou logo de cara e levou o time ao Super Bowl.

E com performances excelentes. Foi necessário, claro, pegar intimidade com seus novos companheiros em campo. Mas Brady lançou 40 touchdowns na temporada regular, algo que ele não fazia desde 2007.

O Super Bowl LV acontece daqui duas semanas. Pela primeira vez um time, no caso o Tampa Bay, irá jogar a decisão em seu estádio. Os Chiefs podem até ser favoritos, mas alguém ousa apostar contra Brady?

Todos esses feitos e uma décima aparição no Super Bowl, aumentando seu próprio recorde, só reforçam uma verdade que já existe há anos na NFL: Tom Brady é o maior jogador de futebol americano de todos os tempos.

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Calendário do esporte americano em 2021

Ubiratan Leal
Ubiratan Leal

A pandemia bagunçou todo o calendário do esporte em 2020. Praticamente todas as competições já retornaram, mas não é que a agenda de 2021 esteja normal. A parada forçou diversas mudanças de datas, de adiamento de um evento do tamanho dos Jogos Olímpicos à mudança (temporária) de período de disputa de ligas.

O esporte americano é um exemplo bastante claro disso. A temporada 2020-21 da NHL será, na prática, uma temporada 2021. A NBA começou quase no Natal e vai invadir julho. Os All-Star Games de NFL, NBA e NHL foram cancelados. E muitas datas importantes ainda nem foram anunciadas, há apenas uma intenção de realizá-la em determinada época do ano.

Para não se perder nessa bagunça toda, aí vai o calendário de 2021. Reforçando que todas as datas estarão sujeitas a mudanças de acordo com restrições que podem surgir pela pandemia.

Obs.: a WNBA ainda não anunciou seu calendário para 2021 e, como ela costuma evitar a concorrência direta com a NBA, não é possível projetar se ela manterá o período de disputa tradicional (maio a outubro) ou se também deslocará sua temporada

JANEIRO

1 - Semifinais do futebol americano universitário
9 - Início dos playoffs da NFL
11 - Final do futebol americano universitário
13 - Início da temporada da NHL

FEVEREIRO

7 - Super Bowl
27 - Início do Spring Training, a pré-temporada da MLB

Raymond James Stadium, sede do Super Bowl programado para 7 de fevereiro
Raymond James Stadium, sede do Super Bowl programado para 7 de fevereiro Joe Robbins/Getty Images Sport

MARÇO

16 - Início do March Madness, os playoffs do basquete universitário

ABRIL

1 - Início da temporada da MLB
5 - Final do March Madness
29 - Draft da NFL

MAIO

Primeira quinzena - Início dos playoffs da NHL (data ainda não definida)
22 - Início dos playoffs da NBA

JUNHO

22 - Início do pré-olímpico masculino de basquete

O Brasil disputará uma vaga no basquete olímpico com Croácia, Tunísia, Alemanha, Rússia e México
O Brasil disputará uma vaga no basquete olímpico com Croácia, Tunísia, Alemanha, Rússia e México MARK RALSTON/AFP/Getty Images

JULHO

? - Finais da Stanley Cup, a decisão da NHL (datas ainda não definidas)
4 - Final do pré-olímpico masculino de basquete 11 - Draft da MLB
13 - All-Star Game da MLB
21 - Início do torneio de softbol dos Jogos Olímpicos de Tóquio
22 - Data de um eventual jogo 7 das finais da NBA
23 - Draft da NHL
24 - Início dos torneios masculino e feminino de basquete 3x3 dos Jogos Olímpicos de Tóquio
25 - Início do torneio masculino de basquete dos Jogos Olímpicos de Tóquio
26 - Início do torneio feminino de basquete dos Jogos Olímpicos de Tóquio
27 - Final do torneio de softbol dos Jogos Olímpicos de Tóquio
28 - Final dos torneios masculino e feminino de basquete 3x3 dos Jogos Olímpicos de Tóquio
28 - Início do torneio de beisebol dos Jogos Olímpicos de Tóquio
Fim do mês - Época provável para o Draft da NBA (pode ser no início de agosto)

AGOSTO

7 - Final do torneio masculino de basquete dos Jogos Olímpicos de Tóquio
7 - Final do torneio de beisebol dos Jogos Olímpicos de Tóquio
8 - Final do torneio feminino de basquete dos Jogos Olímpicos de Tóquio
12 - Jogo do “Campo dos Sonhos” da MLB (Chicago White Sox x New York Yankees)

SETEMBRO

Início do mês - Época provável para o início da temporada 2021-22 do futebol americano universitário
9 - Início da temporada 2021-22 da NFL

OUTUBRO

5 - Início dos playoffs da MLB
Primeira quinzena - Época provável para o início da temporada 2021-22 da NHL
Segunda quinzena - Época provável para o início da temporada 2021-22 da NBA

O San Diego Padres investiu pesado para conquistar o título da MLB pela primeira vez em sua história
O San Diego Padres investiu pesado para conquistar o título da MLB pela primeira vez em sua história Getty Images

NOVEMBRO

Primeira quinzena - Época provável para o início da temporada 2021-22 do basquete universitário
3 - Data de um eventual jogo 7 da World Series
25 - Rodada de Dia de Ação de Graças da NFL

DEZEMBRO

Segunda quinzena - Época provável para o início da temporada de bowls do futebol americano universitário
25 - Rodada de Natal da NBA

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Calendário do esporte americano em 2021

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Sem espírito natalino: o dia em que torcedores dos Eagles atacaram Papai Noel

Ubiratan Leal
Ubiratan Leal


Época de festas é sempre assim: a chegada do Natal e a aproximação do reveillon leva as pessoas a se esforçarem para esquecer tudo o que ocorreu durante o ano para se alimentar da esperança que as coisas vão melhorar. Hora de reunir a família e priorizar o que importa. Menos para a torcida do Philadelphia Eagles. Ah, não tem clima natalino que resiste à corneta da Filadélfia. Pior para o Papai Noel.

Essa história começa em 1967. A temporada não havia sido das mais agradáveis para a torcida dos Eagles. O time vinha da quarta posição da NFL no ano anterior, mas caiu de rendimento e fechou o campeonato com 6 vitórias, um empate e 7 derrotas. Foi o suficiente para terminar em segundo lugar na divisão, mas o time ficou de fora dos playoffs. 

A expectativa para 1968 era se recuperar dessa queda, ao menos ser competitivo. Mas nem o mais pessimista torcedor das Águias imaginava o que viria. O Philadelphia caiu na estreia para o Green Bay Packers. Depois perdeu para os rivais New York Giants, Washington Redskins e Dallas Cowboys. E seguiu perdendo: Cowboys de novo, Chicago Bears, Pittsburgh Steelers, St. Louis Cardinals (atual Arizona, não o time de beisebol), Redskins de novo, Giants de novo e Cleveland Browns.

Após 11 rodadas, os Eagles tinham zero vitória, zero empate e 11 derrotas. Era o primeiro time da NFL a perder os primeiros 11 jogos de uma temporada desde os próprios Eagles de 1936 (o Oakland Raiders perdeu os 13 primeiros em 1962, mas isso ocorreu ainda na época de AFL). 

Tudo péssimo, mas a torcida teve um motivo para se animar. Com aquela campanha terrível, os Eagles ficariam com a pior campanha e teriam a primeira escolha no draft. E, naquele ano, todos estavam de olho em um running back fenomenal da USC, um dos melhores da história do futebol americano universitário: OJ Simpson (sim, o mesmo que ficou mais famoso hoje pelas páginas policiais).

[]

Faltando três rodadas para o final do campeonato, ter a prioridade para draftar OJ era o que dava alento ao torcedor dos Eagles. Até que veio a partida contra o Detroit Lions: vitória por 12 a 0. Ainda dava, o Buffalo Bills também tinha apenas uma vitória. Mas, na penúltima partida, o Philadelphia vence mais uma, 29 a 17 no New Orleans Saints.

Aí era demais para a paciência da corneteira torcida dos Eagles. O time igualava recorde de derrotas seguidas, era lanterna da divisão, perdeu de todos os rivais, e nem ao menos teria a primeira escolha do draft. O humor do torcedor filadelfiano era dos piores em 15 de dezembro, quando sua equipe receberia o Minnesota Vikings para a despedida da temporada.

O clima era péssimo. Torcedores tiveram de encarar a neve no caminho para o jogo e mesmo nas cadeiras, já que o estádio não era coberto e os Eagles não tinham limpado as arquibancadas. O clube tinha contratado um Papai Noel para animar a torcida no começo da partida, mas ele não apareceu. Era uma síntese de uma temporada terrível em todos os sentidos para o Philadelphia.

Ainda assim, a diretoria dos Eagles não tinha desistido de dar uma despedida natalina para seus seguidores. Ao ver um torcedor fantasiado de Papai Noel nas arquibancadas, foram chamá-lo. Era Frank Olivo, de 19 anos. Ele vestia uma roupa de Papai Noel barata, mal acabada e desajeitada. Ainda assim, perguntaram se o torcedor topava desfilar no gramado no intervalo da partida. Olivo topou.

Assim, quando acabou o segundo quarto, um torcedor vestindo uma roupa tosca de Papai Noel entrou no gramado e passou diante da torcida acenando. Ah, era muito otimismo esperar uma reação natalina das arquibancadas naquele cenário. Imediatamente começam as vaias. Quando Olivo chegou à endzone, alguns torcedores fizeram bolas com a neve com a qual ainda dividia espaço e atiraram no Papai Noel improvisado. Em resposta, Papai Noel começou a mostrar o dedo médio para a torcida cantando “vocês não vão ganhar nada do Papai Noel neste ano”.

Naquela temporada, o Buffalo Bills ficou com a primeira escolha no draft e selecionou OJ Simpson. Ele bateu o recorde de jardas corridas em uma temporada. Os Eagles tiveram a terceira escolha e recrutaram o running back Leroy Keyes, que foi titular em 1969, virou reserva em 1970, se tornou safety em 1971 para ter mais oportunidades e foi negociado com o Kansas City Chiefs em 1972, sua última temporada na NFL.

Frank Olivo morreu em 2015, aos 66 anos, vítima de problemas cardíacos. Seu obituário no jornal Patriot-News, começava assim: “O homem famoso na história do esporte da Filadélfia como o Papai Noel que foi vaiado e atingido por bolas de neve em um jogo dos Eagles no inverno de 1968 faleceu”.

Fonte: Ubiratan Leal

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Para que times torcem Joe Biden e Kamala Harris

Ubiratan Leal
Ubiratan Leal

Uma tradição de presidentes norte-americanos é fazer o arremesso cerimonial na abertura da temporada da MLB, normalmente em seu primeiro ano de mandato e no primeiro jogo em casa do time de Washington. A tradição surgiu com William Taft em 1910, quando o representante da capital no beisebol era o Washington Senators. Desde então, passaram por isso Woodrow Wilson, Warren Harding, Calvin Coolodge, Herbert Hoover, Franklin Roosevelt, Harry Truman, Dwight Eisenhower, John Kennedy, Lyndon Johnson, Richard Nixon, Gerald Ford, Jimmy Carter, Ronald Reagan, George HW Bush, Bill Clinton, George W Bush e Barack Obama. Donald Trump não seguiu a série (ele já fez o arremesso cerimonial, mas em 2006, bem antes de se tornar presidente dos Estados Unidos), mas já está aberto o caminho para Joe Biden retomá-la.

Kamala Harris e Joe Biden
Kamala Harris e Joe Biden Getty Images

Horas após a vitória de a imprensa cravar a vitória de Biden nas eleições, o Washington Nationals postou no Twitter um convite para o futuro presidente fazer o arremesso inaugural da próxima temporada. Na última vez em que isso aconteceu, Obama foi ao montinho com um boné dos Nationals, mas usando uma jaqueta do seu time de coração, o Chicago White Sox (como também é Bears na NFL e Bulls na NBA). O que levanta a questão: para que time torce Joe Biden?


O fato de Obama se identificar como torcedor dos White Sox não foi um problema porque a franquia de Chicago é da Liga Americana e não disputa diretamente nada com os Nationals, não há rivalidade. Mas Biden talvez tenha de pensar duas vezes antes de misturar sua equipe com o Washington.

Biden cresceu em Wilmington, cidade no estado de Delaware próxima a Filadélfia. Além disso, sua mulher, Jill, também é filadelfiana. Com isso, é natural que o presidente eleito adotasse os times da região. 

Ele sempre se mostrou fanático pelo Philadelphia Phillies, rival justamente do Washington Nationals. Antes da abertura da temporada 2020, ele até gravou um vídeo para o time da Filadélfia.

Obs.: Biden também se disse um grande simpatizante do New York Yankees por causa de seu avô, fanático pelo clube nova-iorquino e responsável por sua paixão pelo beisebol. Os Yankees são o time de Donald Trump (assim como o New York Knicks na NBA)

Em 2017, o presidente eleito estava no estádio US Bank, em Minneapolis, durante a vitória do Philadelphia Eagles sobre o New England Patriots no Super Bowl 52.


Outro momento em que o Biden-torcedor foi visto ocorreu no Brasil. Ainda vice-presidente de Obama, ele estava em Natal para ver a vitória dos Estados Unidos sobre Gana na estreia da Copa do Mundo de 2014.


Kamala Harris, a futura vice-presidente, é ainda mais explícita em suas preferências clubísticas. Nascida em Oakland, ela preferiu seguir as equipes do outro lado da baía de São Francisco. Adotou os 49ers na NFL e os Giants na MLB, deixando Raiders e Athletics para trás. 

Na NBA não há polêmica: a região tem apenas um time, e Kamala segue o Golden State Warriors.


No entanto, a vice da chapa vencedora teve uma polêmica no início deste ano. Antes de um debate entre pré-candidatos do Partido Democrata, Kamala chegou ao palco usando um boné do Los Angeles Dodgers, rivalíssimo dos Giants. Ela afirmou que pegou o boné do marido, Doug Emhoff, torcedor dos Dodgers. Inclusive, a imagem da futura vice-presidente usando o boné do rival chegou ao público justamente por meio do Twitter de Emhoff.


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Tampa e Los Angeles brigam para ter dois títulos ao mesmo tempo. Quando aconteceu antes?

Ubiratan Leal
Ubiratan Leal

Edmonton, Canadá, 28 de setembro. O Tampa Bay Lightning bate o Dallas Stars por 2 a 0 e conquista a Stanley Cup ao fechar a série decisiva por 4 a 2. Foi o segundo título da equipe da Flórida na NHL.

Orlando, Estados Unidos, 11 de outubro. O Los Angeles Lakers vence o Miami Heat por 106 a 93 e leva o título da NBA. Foi o 17º troféu da franquia, igualando o Boston Celtics como os maiores campeões no basquete americano.

Da esq. à dir. - Steven Stamkos, Nikita Kucherov e Victor Hedman, do Tampa Bay Lightining, com a Stanley Cup da NHL
Da esq. à dir. - Steven Stamkos, Nikita Kucherov e Victor Hedman, do Tampa Bay Lightining, com a Stanley Cup da NHL Getty

As duas metrópoles comemoraram bastante as conquistas, mas já estão de olho na possibilidade de uma segunda. Tampa Bay Rays e Los Angeles Dodgers estão nas finais de liga na MLB. Como a World Series terá sua decisão entre os dias 25 e 28 de outubro (depende de ser decidida em 5, 6 ou 7 partidas), é possível que um mercado conquiste dois títulos em menos de 30 dias. Já aconteceu antes? E já tivemos casos de cidades com títulos de mais de uma liga ao mesmo tempo?

A resposta à primeira pergunta é mais simples: nunca ocorreu de uma região metropolitana conquistar dois títulos em menos de 30 dias. Isso só seria possível se o mesmo mercado vencesse a NHL e a NBA ao mesmo tempo, pois as duas ligas costumam terminar em junho (a NFL encerra a temporada em janeiro ou fevereiro e a MLB, em outubro). Incrivelmente, hóquei no gelo e basquete nunca tiveram campeões da mesma cidade ao mesmo tempo.

Em 2020, com a pandemia, a final da NHL e da NBA foram empurradas para outubro, coincidindo com a decisão do beisebol. Isso criou uma nova possibilidade, e é nessa brecha que a Baía de Tampa (aqui vale a região pq o ginásio do Lightning e o estádio dos Rays ficam em municípios diferentes dentro da mesma conurbação) e Los Angeles podem entrar.

No entanto, a pergunta se já houve casos de a mesma cidade ter título de mais de uma liga ao mesmo tem resposta bem diferente. Há um caso único de cidade que teve três ligas ao mesmo tempo: Detroit em 1935, acumulando os troféus da World Series de 1935, a NFL (ainda antes do Super Bowl) e a Stanley Cup em 1936. Boston teve a chance de repetir o feito no ano passado, mas o St. Louis Blues frustrou a torcida bostoniana ao bater os Bruins na decisão da NHL.

Leia mais: Boston tem chance de repetir feito de 80 anos atrás: ser campeã de três ligas ao mesmo tempo

Mas ganhar dois títulos ao mesmo tempo, como tentam a Baía de Tampa e Los Angeles, é mais comum. Ocorreu várias vezes, com regiões tradicionalmente muito vitoriosas como Nova York e Pittsburgh e até com outras de sucesso mais esporádico, como Baltimore.

Veja a lista (em parênteses, as ligas conquistadas na ordem em que os títulos vieram):

- NOVA YORK  NOVA JERSEY: 1938-39 (MLB e NFL), 1956-57 (MLB e NFL), 1969 (NFL e MLB), 1969-70 (MLB, mesmo título da série anterior, e NBA) e 2000 (NHL e MLB), 

- CHICAGO: 1934 (NFL e NHL) 

- DETROIT: 1954 (NFL e NHL)

- BALTIMORE: 1970-71 (MLB e NFL)

- PITTSBURGH: 1979-80 (NFL e MLB, e depois o bi da NFL substituindo o título anterior na série) e 2009 (NFL e NHL)

- LOS ANGELES: 1981-82 (MLB e NBA), 1988 (NBA e MLB) e 2002 (NBA e MLB)

- SÃO FRANCISCO / OAKLAND: 1989-90 (MLB e NFL)

- BOSTON: 2004 (NFL e MLB, e depois o bi da NFL substituindo o título anterior na série) e 2007-08 (MLB e NBA)

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Tampa e Los Angeles brigam para ter dois títulos ao mesmo tempo. Quando aconteceu antes?

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Por que a NFL e a MLB não fazem bolhas como a NBA e a NHL

Ubiratan Leal
Ubiratan Leal
Disney, em Orlando, receberá o restante da temporada da NBA
Disney, em Orlando, receberá o restante da temporada da NBA Divulgação


Dezenas de times viajando pelos Estados Unidos. Reunindo-se em centros de treinamento e estádios, em aeroportos e hotéis. A MLB decidiu encarar o desafio de realizar sua temporada nessas circunstâncias, as mesmas que a NFL enfrentará a partir de setembro. Que são as mesmas do futebol nos campeonatos nacionais da Europa e mesmo do Brasil, diga-se. Mas, no beisebol, começou a dar problema. Miami Marlins e St. Louis Cardinals tiveram surtos de covid-19 na delegação e veio a pergunta: por que não fizeram uma “bolha”, como a NBA e a NHL?

O conceito de “bolha” apareceu primeiro na China, como possível solução para conclusão da liga chinesa de basquete. A ideia era colocar todos os times em uma ou duas cidades, que receberiam todas as partidas restantes da temporada. Hotéis e ginásios utilizados seriam todos higienizados, e os atletas passariam por testes frequentes e ficariam em isolamento social, indo apenas do hotel para o ginásio, do ginásio para o hotel. Com isso, todos estariam em ambientes livre do coronavírus e a chance de contaminação entre as pessoas envolvidas na disputa e operação dos jogos seria muito menor.

A NBA embarcou na ideia e fez sua bolha no ESPN Wide World of Sports, dentro do complexo da Disney em Orlando, Flórida. O mesmo espaço é utilizado também pela MLS. A WNBA escolheu outro espaço, também na Flórida, e a NHL foi para o Canadá, com estruturas em Toronto e Edmonton. A Copa do Nordeste escolheu Salvador para concluir sua edição 2020. Até a Uefa fará isso, com a reta final da Champions League concentrada em Lisboa e da Liga Europa no leste da Alemanha.

Mas há uma questão fundamental nessas competições: elas já estavam em andamento e precisavam apenas completar seu calendário. Não é o que ocorre na MLB e na NFL. Em ambos os casos, a perspectiva seria de realizar o campeonato inteiro (seja ele na versão integral ou em uma versão reduzida) na pandemia.

A demanda por uma “bolha” para o beisebol e o futebol americano seria muito maior em diversos aspectos:

- Na comparação com basquete e hóquei no gelo (mas nem tanto com o futebol), as delegações de beisebol e futebol americano são muito maiores e exigiriam muito mais infraestrutura para receber todos os times em apenas um ou dois locais;
- Como a temporada inteira será na pandemia, a “bolha” precisaria funcionar por muitos meses e a chance de ela acabar furando em algum momento seria maior;
- Com uma temporada longa dentro da bolha, o esforço de milhares de pessoas (não apenas atletas, mas funcionários de arenas esportivas e hotéis, jornalistas, funcionários dos clubes) para lidar com o confinamento seria muito grande, e muitos não estariam dispostos a ficar tanto tempo longe da família;
- Beisebol e futebol americano são esportes de partidas longas, é mais difícil programas quatro ou cinco partidas em sequência no mesmo campo. O máximo que daria seriam rodadas triplas, o que exigiria a utilização de muitos estádios com infraestrutura de alto padrão no mesmo lugar.

A MLB até teria opções, e por isso considerou a ideia de usar a bolha. Metade dos times têm centro de treinamento com campos oficiais no Arizona e a outra metade tem na Flórida. Com algum esforço, seria possível reunir todas as equipes na região metropolitana de Phoenix ou dividir a liga em duas bolhas. Mas os planos ruíram diante da mobilização operacional necessária e da falta de disposição dos jogadores em ficarem confiados por quatro ou cinco meses (no final das contas, a temporada durará só três meses, mas a perspectiva quando se discutia a bolha do beisebol era de retornar em junho ou começo de julho). Para piorar, Arizona e Flórida se tornaram centros tardios da pandemia, acabando de vez com qualquer proposta de bolha.

Na NFL, o desafio é muito maior. Na questão de estádios, até seria possível pensar em dividir os 32 times em duas regiões e aproveitar arenas da NFL e da NCAA. A Califórnia -- tanto em Los Angeles / San Diego quanto em São Francisco / Oakland -- seria uma opção interessante. O Texas também teria infraestrutura para as partidas. O problema é o tamanho da operação.

Uma delegação de NFL tem centenas de pessoas. Mesmo com otimização de pessoal, com alguns trabalhando remotamente, seriam mais de 100 indivíduos por time precisando de hospedagem, transporte e circular dentro do estádio. A tabela também é um problema, pois o futebol americano é uma modalidade fisicamente brutal, que exige muitos dias de descanso entre cada jogo. Inviável apertar o calendário para reduzir a duração da temporada como as outras ligas fizeram. Ou seja, a temporada longa é praticamente inevitável, o que exigiria muito esforço operacional e pessoal de todos os envolvidos.

Resta à MLB e à NFL contar com o protocolo e sorte. No beisebol, há forte suspeita que os surtos em dois times surgiram depois de atletas abandonarem seus hotéis para sair na rua, indo a restaurantes e até a cassinos. A liga reforçou a ordem de que os jogadores precisam praticar o distanciamento social mesmo quando estiverem viajando com suas equipes. A NFL tem o mesmo desafio, sendo que há mais dias de folga entre uma partida e outra -- e mais oportunidades de alguém sair do isolamento.

Resolveram correr o risco de ficar fora da bolha. Que saibam lidar com isso.

Fonte: Ubiratan Leal

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Em que situação estão as principais ligas americanas para a retomada das atividades

Ubiratan Leal
Ubiratan Leal
LeBron James e Luka Doncic, dois dos principais nomes da atual temporada da NBA
LeBron James e Luka Doncic, dois dos principais nomes da atual temporada da NBA Getty

Os Estados Unidos são, com muita folga, o país mais atingido pela pandemia de Covid-19. No entanto, os números de novos casos e de mortes já começam a cair, sinais de que o pico já está passando. As ligas esportivas foram no embalo e aceleraram as discussões para retomar as atividades, encerrando a temporada (NBA e NHL) ou iniciando uma (MLB). 

Veja abaixo em que patamar está cada uma para o retorno:

NBA

A maior parte das franquias já teve liberação dos governos de seus estados para voltar a treinar. Ainda é uma atividade parcial, com pequenos grupos e distanciamento, mas a retomada definitiva seria mais rápida. É possível que no começo de julho já tenhamos partidas oficiais da maior liga de basquete do planeta.

Está cada vez mais consolidado o modelo de segurança sanitária que a NBA utilizará: os jogadores ficarão confinados em uma ou duas cidades em que poderiam ficar hospedados, treinar e jogar em ambientes controlados e de poucos deslocamentos. O local que surge com mais força nas discussões é o complexo da Disney World em Orlando, que conta com milhares de quartos em hoteis e ainda tem as arenas e instalações de treino no ESPN Wide World of Sports. Caso uma segunda localidade seja necessária (de preferência mais a Oeste), Las Vegas larga na frente pela capacidade de abrigar todos os times e até parte das atividades esportivas dentro de um mesmo hotel. Como falta pouco para encerrar a temporada, cerca de dois meses, os jogadores parecem dispostos a se sujeitar ao distanciamento de suas próprias famílias.

ESPN Wide World of Sports, em Orlando
ESPN Wide World of Sports, em Orlando Gustavo Hofman

O que ainda se discute muito é dentro de quadra: qual a fórmula para acabar o campeonato. Retomar a temporada de onde parou soa impraticável. Ainda faltavam entre 16 e 19 jogos para as equipes e levaria mais de um mês só para isso, mesmo se o calendário for sobrecarregado. Uma possibilidade é jogar apenas o suficiente para que todos os times terminem a temporada regular com o mesmo número de jogos. Outro caminho seria simplesmente decretar o final da temporada regular e ir direto aos playoffs.

Mas como terminar agora se ainda tinha time com chance de conquistar uma vaga no mata-mata? Justamente por isso, ganham forças os sistemas de disputa que coloquem 20 times na fase decisiva, dez por conferência. Desse modo, quem ainda tem chance seria contemplado. E essa fase decisiva poderia até ter uma etapa em grupos antes de definir as quartas de final (ou semifinais de conferência). Também se fala em misturar as conferências excepcionalmente, misturando todas as equipes.

MLB

O plano da MLB é reiniciar a pré-temporada no início de junho e abrir a temporada regular no primeiro fim de semana de julho, coincidindo com o feriado de 4 de julho (Dia da Independência dos EUA). Aliás, não é só isso que está definido: todo o campeonato já está desenhado. Os times jogariam em seus próprios estádios (sem torcida, claro), permitindo aos jogadores ficarem em casa, com seus familiares. A tabela marcaria apenas confrontos dentro da própria divisão ou com adversários da divisão equivalente da outra liga (leste x leste, central x central, oeste x oeste) para reduzir o desgaste, tempo e riscos de longas viagens. Seriam 82 partidas na temporada regular e os playoffs seriam ampliados para 14 times, sete da Liga Nacional e sete da Americana. A temporada seria encerrada em outubro, como já ocorre normalmente, porque a liga quer evitar uma decisão em novembro, quando poderia haver uma segunda onda da pandemia de acordo com as autoridades de saúde dos Estados Unidos.

Então está tudo pronto, é só jogar, certo? Errado. Em março, no início da quarentena, a liga entrou em acordo com o sindicato de jogadores e ficou combinado que os atletas receberiam os salários proporcionais ao número de partidas que fossem realizadas. Por exemplo, o sistema proposto tem 82 jogos, 50,6% dos 162 disputados normalmente. Assim, os jogadores receberiam 50,6% do salário.

Mookie Betts, grande contratação do Los Angeles Dodgers na temporada, ainda não estreou em partidas oficiais pelo novo time
Mookie Betts, grande contratação do Los Angeles Dodgers na temporada, ainda não estreou em partidas oficiais pelo novo time Getty Images

A rapidez com que saiu esse acordo foi saudada como sinal de melhoria na relação entre liga e sindicato. No entanto, os donos das franquias (que são os controladores da liga) perceberam que a conta era ruim para eles. Afinal, reduzir metade da temporada 2020 não significa que o faturamento será a metade, pois todo o dinheiro que entra em bilheteria e consumo nos estádios seria zerado. Resultado: os clubes decidiram propor um novo acordo, dividindo o faturamento da MLB deste ano em 50-50, com metade dele indo para o pagamento de salários e a outra metade para lucros e outras despesas.

O modelo representa uma enorme redução nos salários dos jogadores, que não detestaram essa parte do plano apresentado pela liga. As negociações estão em andamento, mas o clima entre as partes azedou na última terça, quando a proposta financeira da MLB foi oficialmente apresentada. Há quem tema um cancelamento total da temporada por falta de acordo, o que torna a contraproposta do sindicato tão importante. Ela pode dar o tom que a negociação tomará nas próximas semanas.

NHL

Das três principais ligas que pararam para a pandemia, é a que está mais atrasada no planejamento do retorno. Na última terça, a NHL apresentou o plano oficial para retomada da temporada. Os times se apresentariam para treinos restritos já em junho, mas treinos com toda a equipe só em julho. Não foi apontada uma data para o primeiro jogo oficial, mas talvez ficasse para a segunda quinzena de julho ou mesmo para agosto.

O principal problema da NHL é logístico. No hóquei no gelo, a presença canadense é muito grande, tanto na quantidade de franquias quanto na de jogadores. Por isso, todo o esquema para finalizar a temporada teria de considerar as restrições de trânsito entre Canadá e Estados Unidos, incluindo quarentena de alguns dias para quem atravessar a fronteira. Além disso, cerca de 15% dos atletas da liga estão na Europa neste momento, e também só poderiam treinar após cumprir quarentena quando fossem para a América do Norte.

O goleiro finlandês Pekka Rinne, um dos destaques do Nashville Predators
O goleiro finlandês Pekka Rinne, um dos destaques do Nashville Predators Getty

A vantagem da NHL em relação a NBA e MLB é ter a fórmula de disputa já definido. Para contemplar os times que estavam fora da zona de classificação para os playoffs, mas ainda brigavam por uma vaga, a liga decidiu aumentar o mata-mata de 16 para 24 equipes. Em cada conferência, os quatro primeiros estariam classificados antecipadamente para a primeira fase. Eles enfrentariam as equipes que passassem pela fase preliminar, composta por confrontos eliminatórios entre os times de 5º a 12º lugar.

NFL e NCAA

O futebol americano profissional e universitário, além do basquete universitário, trabalham com a ideia de que realizarão suas temporadas normalmente. A única diferença é que os estádios terão portões fechados, ainda que haja dirigentes da NFL sonhando com a possibilidade de ter torcida na reta final da temporada regular ou nos playoffs.

No caso do esporte universário, uma grande baixa foi o cancelamento da temporada em várias modalidades menos midiáticas (vôlei, ginástica artística, futebol, rugby, atletismo...) em algumas conferências.

Fonte: Ubiratan Leal

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Como a XFL pode dar uma segunda chance aos atletas de futebol americano

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Semana NFL: Curti analisa situação de estrelas e faz prévia do mercado de free agents

Antony Curti
Antony Curti


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Quais ligas americanas potencialmente sofrerão mais os impactos do coronavírus

Ubiratan Leal
Ubiratan Leal


Champions League com portões fechados, Six Nations com jogos adiados, Campeonato Italiano suspenso no mínimo até abril, Masters de Indian Wells cancelado. O mundo do esporte tem cortado na carne para lidar com a epidemia de coronavírus. Nas grandes ligas norte-americanas, a NBA foi a primeira: anunciou a suspensão da temporada até segunda ordem. Além disso, as autoridades de Seattle e San José proibiram eventos que reúnam milhares de pessoas nas suas cidades.

É questão de tempo para que medidas como essas sejam anunciadas em outras ligas nos EUA. E, no momento entre eu escrever esse texto e você lê-lo, é bem possível que haja já novidades. De alguma forma, todas serão atingidas. Mas em quais os impactos seriam maiores?

A resposta precisa não existe, pois ainda não se sabe qual será o ciclo da epidemia, principalmente a quantidade de pessoas infectadas e o tempo até ela ser controlada. Ainda assim, dá para estimar quais têm mais potencial para lidar com isso sem tantos problemas e quais sofreriam mais.

Veja abaixo, na ordem da que potencialmente sentiria menos para a que sentiria mais.

NFL e futebol americano universitário

A temporada do futebol americano, seja o profissional, seja o estudantil, tem seu início apenas em agosto e setembro. Se as medidas de controle dos Estados Unidos forem eficientes agora em março, é possível que o pico da epidemia já tenha passado no segundo semestre e já seja seguro realizar jogos com portões fechados ou com limitação na venda de ingressos.

O Kansas City Chiefs, atual campeão da NFL, talvez consiga abrir a temporada na data prevista
O Kansas City Chiefs, atual campeão da NFL, talvez consiga abrir a temporada na data prevista Getty

Na NCAA, haveria um grande impacto na temporada da primavera, quando as equipes fazem a triagem de jogadores e treinam (em alguns casos, com grandes públicos -- e faturamento com bilheteria -- nos estádios) para a temporada regular. Seria uma perda de receita considerável e os times talvez tivessem uma preparação prejudicada, mas os jogos oficiais em si talvez fossem realizados sem tantos problemas.

Na NFL, a pré-temporada é bem mais curta e mesmo ela poderia escapar do período mais sério da pandemia. O problema maior seria no draft, programado para 23 a 25 de abril em Las Vegas. É bem possível que o evento seja realizado sem público ou mesmo ser realizado remotamente, com cada time trabalhando dentro de seus escritórios e os jogadores aguardando seus nomes vendo a TV de casa. 

Ainda assim, a elite do futebol americano profissional e universitário ficaria longe do olho do furacão.

MLB

A Major League Baseball está prestes a começar. A pré-temporada está rolando e o início da temporada regular está marcado para 26 de março. É óbvio que o início da temporada será impactado, pois ocorrerá (ou deveria ocorrer, o tempo verbal pode mudar rapidamente) bem no momento em que os norte-americanos estão tomando as medidas mais drásticas para evitar o aumento da epidemia. E isso não é pouca coisa, pois o Opening Day é um dos dias mais importantes no calendário da MLB, com todos os estádios cheios e calendário feito para o beisebol dominar o dia na TV americana.

Fenway Park, casa do Boston Red Sox, em um Opening Day
Fenway Park, casa do Boston Red Sox, em um Opening Day Getty

Isso posto, a MLB teria muita capacidade de absorver o “fechamento” dos EUA (as pessoas ficarem prioritariamente em casa, só atividades fundamentais funcionarem normalmente) se ele durar dois ou até três meses. A temporada regular tem 162 jogos e há poucos dias livres para remarcar eventos adiados, mas não é preciso refazer a tabela inteira. Como os times podem jogar vários dias seguidos sem problema, é bem possível realizar uma temporada regular de 90 a 100 jogos em quatro meses ou de 80 jogos em três meses. Seria um campeonato legítimo pela grande amostragem de jogos e que chegaria aos playoffs em outubro, quando talvez não haja tantas restrições a grande aglomerações.

E o Opening Day? Bem, a MLB deve adiar o início da temporada. Mas ela começaria seus jogos quando fosse seguro realizá-los com portões fechados ou apenas quando houver condições para venda de ingressos? Para preservar o imaginário da abertura da temporada do beisebol, a liga teria bons motivos para esperar o momento em que poderá vender ingressos. Dependendo do caso, até poderia ser um marco sentimental ao público americano do “momento em que as pessoas voltarão a sair de casa”.

MLS

O cenário é semelhante ao da MLB. A temporada teve duas rodadas realizadas e talvez tenha de suspender a temporada por um tempo. Ainda assim, ela tem como absorver sem tantos traumas. Por exemplo, na temporada regular os times se enfrentam em ida e volta dentro de suas conferências e em ida com dez times da outra conferência. Dependendo de quanto tempo durar o “fechamento” dos EUA, bastaria adaptar a tabela e excluir os jogos interconferências, o que reduziria o calendário das equipes em dez jogos e manteria a legitimidade esportiva da classificação para os playoffs. 

A MLS só não tem um cenário tão confortável quanto a MLB porque teria boa margem para absorver só dois meses de interrupção. Mais que isso, precisaria ganhar outras datas, eventualmente cancelando a US Open Cup (Copa dos EUA), reduzindo o intervalo entre jogos no segundo semestre ou mesmo cortando uma fase dos playoffs.

NHL

Minutos depois de a NBA anunciar a interrupção da temporada, a NHL emitiu um comunicado dizendo que estava ciente do ocorrido no basquete, que consultaria especialistas e avaliaria as opções, eventualmente apresentando alguma novidade nesta quinta. Quando você ler esse texto, talvez a temporada já tenha sido suspensa também.


A situação na NHL tem uma ligeira vantagem sobre a NBA por ter uma presença canadense muito mais forte. Não apenas na quantidade de times na parte norte da fronteira, mas também do número de fãs. O canadense gasta mais que o dobro com a NHL que o americano. E a situação no Canadá é, por enquanto, mais controlada do que nos EUA (117 casos confirmados de covid-19, contra 1.312).

Ainda assim, a NHL teria um problema sério a resolver: uma interrupção neste momento afetará duramente a reta final da temporada regular e os playoffs (previstos para começar em 8 de abril). Se a temporada for suspensa, possivelmente os playoffs serão empurrados para frente, com possibilidade de realizar alguns jogos -- sobretudo nas primeiras fases -- com portões fechados e até reduzir as séries para acelerar a decisão, saindo do melhor de sete jogos para melhor de cinco ou mesmo melhor de três. Ainda assim, a decisão poderia ficar para o meio do verão e talvez atrasasse o início da próxima temporada para respeitar um período mínimo de férias dos jogadores.

Tecnicamente não há problemas em jogar no gelo no meio do verão, mas certamente a liga gostaria de evitar esse cenário.

NBA

Cenário muito parecido com o da NHL. As temporadas são quase simultâneas, com o basquete ficando uma semana e meia atrasado: os playoffs estão programados para começar em 18 de abril e terminar em 21 de junho. Isso pode fazer diferença na hora de acomodar a reta final da temporada no calendário após a retomada dos jogos, pois poderia invadiria o draft, programado para 25 de junho, e os Jogos Olímpicos, que devem ser adiados, mas ainda têm 24 de julho como data oficial de abertura.

Se isso acontecer, a NBA dará uma banana ao COI e a Olimpíada que se vire sem os jogadores da liga norte-americana. Mas também será um cenário desconfortável para o basquete e que poderia afetar o início da próxima temporada, como no caso da NHL.

XFL

A XFL teve uma temporada mal sucedida em 2001 e esperou 19 anos para retornar. Tudo para planejar direito e ter o cenário de mídia, torcida e investidores adequado para prosperar. O início da nova tentativa é oscilante, com média de público e de audiência de TV aceitáveis, mas sem convencer completamente. Até porque a sensação é de que as arquibancadas estão mais vazias do que indicam os borderôs de alguns jogos.

Tudo o que a XFL não precisa é de uma interrupção de sua temporada -- ou partidas de portões fechados -- justo quando chegaria na sua reta final e a atenção do público poderia aumentar. Em um cenário pessimista, isso poderia ser fatal para o futuro da liga, mas o mais realista é imaginar que pode tirar o embalo e prejudicar a temporada quando for reiniciada. Ou talvez nem seja encerrada e a edição de 2021 se transforme no retorno definitivo da XFL.

Basquete universitário

É o caso mais dramático. A temporada está nos playoffs de conferência, que ajudam a definir os times que disputarão o torneio que define o campeão nacional. A NCAA resiste em interromper seu calendário e anunciou que essa etapa será realizada com portões fechados, no máximo alguns familiares de jogadores terão permissão para acompanhar as partidas nos ginásios.

Wisconsin enfrenta North Carolina no March Madness
Wisconsin enfrenta North Carolina no March Madness Getty

Já há muita contestação sobre essa decisão, mas se tornará insustentável no March Madness. O supermata-mata do basquete universitário é um dos principais eventos do calendário esportivo americano, gerando bilhões de dólares. Realizar o torneio com portões fechados seria uma perda imensa de faturamento e de imagem, pelos jogos frios diante de assentos vazios. Adiá-lo seria complicado pois poderia cair para o período de final de ano letivo para os jogadores-estudantes e ainda prejudicar a preparação de muitos para o draft da NBA.

Há quem considere a possibilidade de a temporada terminar sem que se defina o campeão nacional.

Fonte: Ubiratan Leal

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Premier League vai criar seu Hall da Fama. E como eles são nas ligas americanas?

Ubiratan Leal
Ubiratan Leal
Hall da Fama do futebol americano universitário
Hall da Fama do futebol americano universitário Getty

Um local para celebrar o Campeonato Inglês e os craques que ajudaram a torná-lo a melhor liga doméstica do mundo. A Premier League anunciou nesta quinta que criará seu Hall da Fama, com lançamento oficial e detalhes do projeto marcados para 19 de março -- quando também serão anunciados os dois primeiros imortais e a lista de jogadores que serão submetidos a voto popular para engrossar a turma inaugural.

A entidade não informou qual o método utilizado para a definição dos dois primeiros membros do Hall da Fama, tampouco se o voto popular será o método de escolha apenas nesse momento ou se será mantido para o futuro. De qualquer modo, esse é um elemento fundamental para um projeto como esse, pois a dificuldade de ser imortalizado ajuda a valorizar quem consegue entrar nesse local reservado para poucos. E isso não costuma rimar com “voto popular”, em que clubismo e apreço pessoal podem ofuscar a avaliação do que o jogador realmente representou.

Nos Estados Unidos, há Halls da Fama para todas as ligas americanas. Ainda que a maioria não seja específico da liga principal (o da Nascar é exceção), mas da modalidade como um todo, na prática ele serve como museu da NFL, da MLB, da NBA ou da NHL. Todos esses espaços adotam sistemas bastante rígidos de aceitação de novos membros. Mesmo que isso signifique deixar ídolos de diversas torcidas e jogadores de talento e currículo inquestionável de fora.

Veja como cada uma delas faz para definir os novos imortais (inclui apenas os critérios para jogadores. Para treinadores, dirigentes e outros profissionais os critérios variam bastante):

NFL

Nome: Pro Football Hall of Fame
Local: Canton (Ohio, EUA)
Inauguração: 1963
Jogadores imortalizados: 299
Quem é elegível: jogadores que se aposentaram há cinco anos
Grandes nomes fora do Hall (entre os elegíveis): Charles Haley, Jerry Kramer, Andre Reed, Bob Kuechenberg

O Comitê de Seleção é formado por 48 jornalistas com atuação em todas as cidades com franquias da NFL. Eles recebem sugestões de candidatos enviadas por torcedores comuns e colaboradores. A partir daí, é elaborada uma lista de 25 nomes, depois reduzida para 18. Membros do Comitê de Seleção se reúnem para votar, e apenas quem receber voto de pelo menos 80% dos eleitores é imortalizado.

MLB

Nome: National Baseball Hall of Fame and Museum
Local: Cooperstown (Nova York, EUA)
Inauguração: 1939
Jogadores imortalizados: 267
Quem é elegível: jogadores que participaram de dez ou mais temporadas na MLB e que se aposentaram há cinco anos
Grandes nomes fora do Hall (entre os elegíveis): Ozzie Smith, Mark McGwire, Curt Schilling, Barry Bonds, Roger Clemens

Um comitê da BBWAA (Associação dos Repórteres de Beisebol da América) divulga uma cédula a cada ano com os candidatos. A lista inclui jogadores que se aposentaram há cinco temporadas e ex-jogadores que não foram eleitos nos anos anteriores. Os eleitores são membros da BBWAA que cobrem a MLB diariamente há dez anos ou mais e só é permitido votar em até dez jogadores por cédula. Os jogadores que receberem 75% ou mais dos votos são imortalizados. Os que receberem entre 74,9 e 5,1% são mantidos para a eleição do ano seguinte. Quem ficar com 5% ou menos dos votos é excluído. Cada ex-jogador tem dez chances de ser eleito. Se não for imortalizado nesse período, é retirado da votação. Quem não foi eleito pode acabar imortalizado por comitês especiais formados por ex-jogadores, mas é um processo mais difícil por ter de concorrer com outros profissionais do beisebol (dirigentes, treinadores etc).

NBA

Nome: Naismith Memorial Basketball Hall of Fame
Local: Springfield (Massachusetts, EUA)
Inauguração: 1959
Jogadores imortalizados: 154
Quem é elegível: ex-jogadores que se aposentaram há três anos ou mais
Grandes nomes fora do Hall (entre os elegíveis): Shawn Kemp, Tim Hardaway, Rebecca Lobo, Chris Webber, Toni Kukoc

É o mais global dos salões da fama dos esportes americanos. Além das estrelas da NBA, o Naismith Memorial também celebra os grandes nomes do basquete internacional, casos dos brasileiros Oscar, Ubiratan e Hortência. Por isso, há quatro comitês que avaliam potenciais homenageados: América do Norte, basquete feminino, basquete internacional e veteranos. Os candidatos são avaliados e, a partir da quantidade de indicações que receberem, vão para o Comitê de Honra, formado por 24 membros. O ex-jogador é eleito se tiver 18 votos (75%) desse comitê.

Oscar em seu discurso de entrada no Hall da Fama do basquete
Oscar em seu discurso de entrada no Hall da Fama do basquete Getty

NHL

Nome: Hockey Hall of Fame / Temple de la renommée du hockey}
Local: Toronto (Canadá)
Inauguração: 1943
Jogadores imortalizados: 284
Quem é elegível: jogadores que não participam de uma partida internacional há três anos ou mais
Grandes nomes fora do Hall (entre os elegíveis): Kevin Lowe, Doug Wilson, Grant Fuhr, Alexander Mogilny

Teoricamente, é um espaço para o hóquei no gelo como um todo, mas o foco (que virou motivo de crítica) é na NHL. Todo ano, cada um dos 18 membros do comitê de seleção -- formado por membros do Hall da Fama, jornalistas e dirigentes -- apresenta um nome de possível membro do Hall da Fama. Os candidatos são submetidos a votação de todo o comitê e são aprovados se receberem 75% dos votos. São imortalizados no máximo quatro ex-jogadores por ano.

Futebol americano universitário

Nome: College Football Hall of Fame
Local: Atlanta (Georgia, EUA)
Inauguração: 1978
Jogadores imortalizados: 997
Quem é elegível: jogadores que já foram eleitos para a seleção da temporada e que deixaram o futebol americano universitário há dez anos no mínimo e 50 anos no máximo
Grandes nomes fora do Hall (entre os elegíveis): Joe Montana, Drew Brees e Derrick Thomas

Como a rotatividade dos jogadores universitários é grande (cada um fica no máximo quatro anos antes de se profissionalizar), a quantidade de jogadores que marcaram o futebol americano da NCAA é imensa, mas representa apenas 0,02% de todos que já atuaram. Além disso, torna sem sentido cláusulas como número mínimo de temporadas para um ex-jogador ser elegível. Antes, era necessário que o jogador tivesse concluído seu curso, mas essa cláusula já foi derrubada. Membros da National Football Foundation selecionam os jogadores a cada ano.

NASCAR

Nome: Nascar Hall of Fame
Local: Charlotte (Carolina do Norte, EUA)
Inauguração: 2010
Pilotos imortalizados: 35
Quem é elegível: pilotos com dez temporadas disputadas na Nascar e aposentados há pelo menos três anos
Grandes nomes fora do Hall (entre os elegíveis): Mike Stefanik e Neil Bonnett

O Hall da Fama da Nascar não homenageia apenas a Cup Series, principal divisão da categoria, mas todas as competições sancionadas pela entidade, da Xfinity Series até corridas em circuitos de terra. Como a quantidade de atletas des destaque é muito menor do que em esportes coletivos, a Nascar consegue evitar grandes polêmicas de nomes deixados de fora. Um comitê de 20 membros (incluindo historiador da categoria, membros da entidade e donos de circuitos) elaboram uma lista de candidatos a cada ano. A relação é submetida a um comitê eleitoral formado por 48 pessoas, entre jornalistas, ex-pilotos, ex-donos de equipes, ex-chefes de equipe, o atual campeão da Cup Series e até um voto dos torcedores (coletado via internet). Os cinco mais votados são eleitos.

Fonte: Ubiratan Leal

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Carrasco de Brady e dos Patriots, Eli Manning foi, na essência da palavra, um gigante

Gustavo Faldon
Gustavo Faldon
Eli Manning venceu seu 2º Super Bowl com os Giants após nova vitória sobre os Patriots
Eli Manning venceu seu 2º Super Bowl com os Giants após nova vitória sobre os Patriots Getty

Com o perdão do trocadilho do título, Eli Manning foi, sim, um gigante.

O quarterback anunciará oficialmente sua aposentadoria da NFL nesta sexta-feira. 

Talvez por ser um Manning, o peso que Eli teve que enfrentar, mesmo sendo uma escolha número 1 de Draft, não foi pouco. 

Obviamente ele não era dos caras mais regulares, tendo liderado a NFL em interceptações em três anos na carreira: 2007 (20), 2010 (25) e 2013 (27). Mas a franquia New York Giants deve muito a ele.

Nos momentos mais difíceis e decisvos em playoffs, Eli jogou como um Manning. E, diferente de seu irmão, conseguiu afastar o fantasma de New England Patriots e Tom Brady nos playoffs.

Nas duas temporadas de título dos Giants, Eli teve somados 15 passes para touchdowns e somente duas interceptações nos playoffs em 2008 e 2012, sendo o MVP do Super Bowl em ambas as ocasiões.

No Super Bowl XLII, quando todos achavam que só um milagre daria o título aos Giants. Bem, Eli fez um e concluiu uma das jogadas mais icônicas de todos os tempos para David Tyree.

Eli Manning não será lembrado como o melhor e mais talentoso quarterback, mas certamente foi um dos maiores competidores e responsável por dois títulos de Super Bowl diante da franquia de maior dinastia em todos os tempos.

Obrigado, Eli. O Hall da Fama te aguarda.

Fonte: Gustavo Faldon

Comentários

Carrasco de Brady e dos Patriots, Eli Manning foi, na essência da palavra, um gigante

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