Ranking dos melhores All-Star Games dos esportes americanos
O Jogo das Estrelas é uma marca do esporte americano. Toda liga que se dê ao respeito cria o seu, nem que essa partida seja, na verdade, uma corrida. Sim, a Nascar tem a All-Star Race. Cada um desses eventos tem suas peculiaridades, mas todos são tratados como grandes momentos e têm lotação total nas arquibancadas. O que não significa que seja tudo maravilhoso. A All-Star Games que são criticados, cornetados e mudam constantemente de formato justamente para deixá-los mais atraentes ou tecnicamente relevantes.
Por isso, preparamos um ranking dos principais ASGs das ligas dos Estados Unidos. E, para criar um suspense de araque, vou colocar em contagem regressiva.
6) NFL
Como é: Único All-Star Game que não é disputado no meio da temporada. No fim de semana entre as finais de conferência e o Super Bowl, os melhores da Conferência Nacional enfrentam os da Americana. O público escolhe os jogadores.
O que é legal nele: Pouca coisa. Talvez o fato de ser a penúltima oportunidade do público ver futebol americano antes de meses de parada, o que motiva pessoas a darem audiência incrível a um espetáculo bizarro. Por ser um jogo sem importância real para o campeonato, dá margem para jogadores brincarem mais em campo. E, nos últimos anos, criaram um concurso de habilidades que antecede a partida em si que é até divertido, apesar de ainda não ter o apelo de público de um Home Run Derby ou Concurso de Enterradas.
O que não é legal: O futebol americano se baseia muito na criação de jogadas pré-combinadas, com cada jogador de ataque tendo uma função determinada e o quarterback sabendo quais serão as opções possíveis para o avanço. Como fazer isso com jogadores que mal se juntaram e não puderam combinar nada muito elaborado? Além disso, pelo fato de a partida anteceder a decisão do campeonato, os jogadores dos times finalistas ficam de fora. Ou seja, algumas das estrelas mais em alta não jogam. E, claro, na véspera de entrar oficialmente de férias, nenhum jogador vai se arriscar em uma marcação forte e correr o risco de trocar meses tomando sol por uma sala de fisioterapia devido a contusão em um amistoso.
Conclusão: O jogo é uma grande pelada entre os craques. E não, não é legal de ver. O fator “show” se limita à esperança de ver o Chad Ochocinco chutar ou não um field goal. Não à toa, já se cogitou a extinção do Pro Bowl.
5) MLS
Como é: Uma seleção de jogadores da MLS enfrenta um grande time europeu em turnê de pré-temporada pelos Estados Unidos. O último, em 2019, foi o Atlético de Madrid. Mas vai mudar para 2021, com um jogo entre as Estrelas da MLS contra as Estrelas da Liga MX (Campeonato Mexicano).
O que é legal nele: O público tem a oportunidade de ver os craques do clube europeu. Não é muita coisa, pois vários clubes europeus já fazem parte de sua pré-temporada em gramados norte-americanos. Por isso ficou em quinto lugar no ranking, mas tem potencial para subir algumas posições no futuro. A proposta de um duelo MLS x Liga MX é ótima, pois leva a um amistoso toda a rivalidade entre seleções, público, jogadores e ligas de México e Estados Unidos. E, sim, essa rivalidade é enorme.
O que não é legal: A ideia é criar um evento que meça a qualidade do futebol da MLS com a da elite europeia, e a imprensa de futebol dos Estados Unidos fala nisso incessantemente, mas é difícil acreditar. O clube europeu está claramente em pré-temporada e não se esforça realmente para vencer. Parece um amistoso como qualquer outro.
Conclusão: Vamos esperar os próximos All-Star Games da MLS. Essa proposta de MLS x Liga MX é realmente muito boa.
4) Nascar
Como é: Faz parte de uma semana cheia de eventos em Charlotte, incluindo a imortalização de uma nova turma no Hall da Fama, concurso de pit stop, corrida da Truck e a Coca-Cola 600 (as 600 Milhas de Charlotte, não é a garrafa de refrigerante). Na All-Star Race em si, correm os pilotos que venceram alguma prova nos últimos 365 dias e os pilotos na ativa que já conquistaram o título ou alguma edição anterior da ASR. Mais duas vagas ficam abertas para uma corrida de repescagem e escolha do público. O vencedor ganha US$ 1 milhão.
O que é legal nele: A ideia é bem engenhosa, ainda mais aproveitando a série de eventos para incentivar o torcedor da Nascar a ficar dez dias na maior cidade das Carolinas. A corrida com pré-classificação é interessante e o concurso de pit stops é bastante animado. E a corrida em si, apesar de um regulamento confuso pela criação de etapas dentro dela, é animada e tem nível de intensidade semelhante ao de qualquer corrida de temporada da Nascar.
O que não é legal: Para criar emoção e interesse do público durante toda a duração da prova, a ação é dividida em várias etapas com um regulamento que fica confuso para o torcedor de ocasião (e Jogos -- ou Corrida -- das Estrelas têm muito fã de ocasião) e artificial para os mais tradicionalistas.
Conclusão: O fato de parecer realmente uma competição de temporada normal é bastante relevante. Só podia ter um regulamento ligeiramente mais simples.
3) NHL
Como é: Já adotou diversos formatos, do tradicional duelo de conferências até América do Norte x Resto do Mundo e um Seleção da NHL x União Soviética. Atualmente, falar em “All-Star Game” é injusto. É um “All-Star Tournament”, pois são formados seleções de cada divisão da liga. Elas disputam um mini-torneio em mata-mata. Ah, e os jogos são com times de três jogadores mais o goleiro no gelo.
O que é legal nele: Ver sua divisão se mostrar a melhor tem algum apelo para o público e para os jogadores, além de ter a pequena emoção de um campeonato. Além disso, colocar equipes com dois atletas a menos no rinque aumenta os espaços e a ação da partida, reduzindo também a quantidade de impactos que poderiam causar lesões. E os concursos do sábado são bastante disputados.
O que não é legal: A partida é um festival de ataques, pois ninguém está a fim de marcar forte e correr o risco de se machucar em uma trombada mal calculada. Soa legal, mas o jogo fica caricato (e sem ganhar tanto no fator show como o ASG da NBA).
Conclusão: Os concursos de sábado são realmente bons, e valem muitos pontos para o ranking.
2) MLB
Como é: Os melhores da Liga Nacional contra os melhores da Americana. O público elege os jogadores titulares, os técnicos definem os reservas. Até 2016, a liga vencedora tinha vantagem do mando de campo na World Series. Ou seja, era o único Jogo das Estrelas que realmente vale algo. Um dia antes do jogo, é feito o Home Run Derby.
O que é legal nele: O Home Run Derby teve vários formatos ao longo dos anos, e talvez tenha achado o modelo ideal em 2015. Tornou-se um evento espetacular pela emoção e por mostrar o talento e força de um grande jogador de potência da MLB. O jogo em si não sofre de alguns problemas dos ASGs de outras ligas: a falta de marcação. Como há menos impacto no beisebol, o jogo se desenrola de modo similar ao de uma partida de temporada regular. Alguns arremessadores baixam um pouco sua intensidade, os técnicos também não entram em duelo tático tão profundo, mas parece uma partida convencional. E isso é bom.
O que não é legal: Há muita troca de jogadores, o que normalmente nos tira a possibilidade de ver um arremessador fazer mais de duas entradas e de um rebatedor ir ao bastão mais de duas vezes (aliás, se for duas vezes já é muito). E como o beisebol é como o futebol, quem é substituído não volta mais, o final da partida tem apenas os reservas em campo. São grandes jogadores ainda, claro, mas provavelmente não são os craques que mais motivaram o torcedor a ir ao estádio ou ligar a TV.
Conclusão: Tem potencial, o jogo é o menos descaracterizado em relação a uma partida oficial, mas podia trabalhar melhor a emoção do final da partida. Inclusive testando regras diferentes, como poder voltar alguns rebatedores ou iniciar a nona entrada do ponto que quiser do alinhamento ofensivo.
1) NBA e WNBA*
Como é: Os jogadores são eleitos por votação, mas não têm time definido. As ligas escolhem dois craques para serem os capitães, e eles selecionam seus companheiros de equipe como qualquer criança quando junta a turma para jogar bola no campo do bairro ou na escola. A partida usa o Elam Ending, sistema em que os times jogam três quartos normalmente, mas o quarto período não tem tempo definido. É definida uma meta de pontuação (24 pontos a mais do que tem o time na liderança do marcador após três quartos) e vence quem alcançar antes. Nos dias anteriores, há duelo de seleção de estreantes contra segundanistas, jogo com celebridades e ex-jogadores e concurso de habilidades, enterradas e três pontos.
O que é legal nele: Não há marcação, então os ataques podem protagonizar um espetáculo de habilidade e acrobacias com uma bola, mostrando o nível de técnica e capacidade atlética dos jogadores. A adoção do Elam Ending tornou o jogo mais emocionante porque toda a partida acaba tendo uma cesta da vitória, mesmo que seja um lance livre.
O que não é legal: A partida em si é espetacular pelas jogadas, mas incomoda a falta de marcação das defesas. Não parece um jogo normal. Ah, e já se foi o tempo em que os craques entravam no concurso de enterradas.
Conclusão: No basquete, o apelo de montar times cheios de craques funciona e os eventos dos dias anteriores ajudam a criar o clima. Parece realmente ser um fim de semana de celebração ao basquete.
Fonte: Ubiratan Leal
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