Racismo, dor e lágrimas
Uma demonstração pública da dor e humilhação que podem ser causadas por atos de racismo foi vista no domingo 26 de junho, na Argentina, quando o meio-campista colombiano Harrison Mancilla, que defende o Club Atlético Sarmiento, deixou o campo chorando no empate de 0 a 0 contra o Platense, jogo válido pelo Campeonato Argentino.
A reação do jogador ocorreu após ouvir insultos racistas proferidos por torcedores nas arquibancadas. O técnico do Atlético Sarmiento, Israel Damonte, criticou duramente 'idiotas', como classificou os racistas.
“Tenho vergonha de repetir o que disseram, são coisas que os idiotas gritam, que infelizmente acontecem cada vez mais neste país, e ainda por cima é algo que contagia. Isso não é uma coisa boa para a sociedade em geral, e principalmente para nós que fazemos parte deste esporte”, disparou o treinador.
Este episódio repugnante aconteceu apenas dois dias depois do Tribunal de Disciplina da Conmebol punir o Boca Juniors com apenas uma multa no valor de 100 mil dólares (R$ 525 mil) por atos racistas de sua torcida contra o Corinthians, em jogo válido pela quinta rodada da fase de grupos da Conmebol Libertadores, na Bomboneira.
Na ocasião, torcedores do Boca imitaram macacos em direção à torcida alvinegra no setor visitante. Os argentinos escaparam das novas e mais duras punições do regulamento, como a possibilidade de jogar com portões fechados ou com a com a arquibancada parcialmente interditada no duelo de volta do torneio continental, marcado para o dia 5 de julho.
Esta leniência punitiva por parte da justiça desportiva – seja em competições locais ou continentais – contribui para a persistência dos atos de racismo nos estádios. Diante de agressões assim violentas, atentatórias aos princípios básicos civilizatórios como o respeito às diferenças, não dá para tergiversar: é preciso punir com todo o rigor permitido pela lei.
Só assim vamos deter, ou ao menos diminuir a intensidade, a marcha da insensatez e obscurantismo que cada vez mais se infiltra nos estádios de futebol.
Racismo, dor e lágrimas
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