Bandeira de Mello promete não usar vermelho e preto, nem dizer 'Sou presidente do Flamengo' em material de campanha a deputado
Candidato a deputado federal, o presidente do Flamengo, Eduardo Bandeira de Mello, declarou que não vai usar as cores vermelha e preta em seu material de campanha. Assim como não terá o escudo do clube, nem a palavra "Flamengo" em sua propaganda eleitoral. Também não vai mencionar em seu material publicitário, nem nas aparições em TV, que é presidente do rubro-negro. O compromisso foi feito pelo dirigente a dois grupos de sócios da Gávea em reunião na última sexta-feira, o Flamengo da Gente e o SóFla.
O encontro foi realizado a pedido de Bandeira de Mello, após questionamento do Flamengo da Gente ao Conselho Deliberativo na semana passada. Na visão do grupo - que pede o afastamento do dirigente - o acúmulo das atividades gera conflito com o Estatuto do clube, uma vez que sua função e as decisões enquanto presidente poderiam proporcionar vantagem pessoal à sua disputa à vaga no Congresso.
O requerimento ainda será avaliado pelo presidente do Conselho Deliberativo, Rodrigo Dunshee de Abranches, que é vice da chapa de oposição à Bandeira na eleição rubro-negra.
De acordo com o Estatuto do clube, no artigo XII, do Capítulo V, o uso do nome do clube em campanhas alheias aos interesses dos associados já é vedado. Mas o dirigente promete ir além e não usar cores, escudo e não fazer pronunciamentos como presidente.
"Abster-se de usar o nome do Flamengo em campanha, de qualquer natureza, estranha aos objetivos do Clube".
Os motivos que levaram o dirigente a se candidatar a deputado foram bem recebidos pela maioria dos presentes, mas não o suficiente para que o grupo decidisse retirar o pedido de afastamento.
"As explicações são plausíveis do ponto de vista pessoal, ele tem todo direito de se candidatar, como cidadão, mas enquanto presidente do Flamengo a gente não acha que seja um caminho ideal, um caminho bom pro Flamengo. A gente já achava isso de outros membros de diretorias passadas que tomaram o mesmo caminho e não é porque essa trouxe algum tipo de modernidade para a gestão do clube que vamos pensar diferente", disse um dos membros do Flamengo da Gente presente à reunião, Guilherme Salgado.
"Não vou dizer 'Vote em mim, sou Flamengo, nem 'vote em mim porque sou presidente do Flamengo"
Ao blog, Bandeira de Mello disse que respeita o direito dos sócios de questionarem e que aguardará a avaliação do presidente do Conselho. Bandeira afirmou também que a decisão de não usar nenhuma referência ao Flamengo na sua campanha foi tomada quando decidiu se candidatar.
"Todo mundo que tem chance de ganhar uma eleição é alguém que se projetou junto à opinião pública em alguma função. Pode ser numa igreja, num sindicato, ou é um artista, filho de político, secretário de estado, ministro. Alguém que teve uma visibilidade e aí tem chance de ganhar. No caso do Flamengo, não considero que seja um trampolim no mau sentido".
"Nem na eleição do Flamengo eu deixo usar a máquina, os funcionários, os atletas, seja o que for do clube na eleição. Quando fui candidato à reeleição, em 2015, todos os funcionários foram proibidos de participar da campanha. Se eu não usei isso na minha eleição para presidente do Flamengo e nem vou usar na atual eleição, muito menos para uma coisa pessoal. Não seria correto usar o Flamengo", disse o presidente, completando:
"Não estou usando nem as cores do Flamengo. Não uso nem vermelho e preto. Nem vou colocar que sou presidente do Flamengo. É claro que no site se tiver meu currículo vai aparecer que sou presidente do Flamengo, assim como trabalhei no BNDES, mas não vou dizer 'Vote em mim, sou Flamengo, nem vote em mim porque sou presidente do Flamengo".
Questionado sobre a dificuldade de se concentrar nas atividades do clube em meio à campanha, o dirigente disse que se licenciar ou tirar férias seria mais cômodo:
"Tomei a decisão de continuar dando a mesma dedicação ao Flamengo que sempre dei, mesmo que isso atrapalhe a campanha. Não é obrigação minha. Eu poderia tirar férias, já que estou há seis anos na presidência e trabalhei praticamente todos os dias. Tirei cinco dias quando fui conhecer minha sobrinha-neta fora do país e antes da pré-temporada de 2016 tirei 4, 5 dias com minha família. Todos os ex-presidentes tiraram. Seria muito mais cômodo para mim, tirar essa licença e me dedicar à campanha. Mas acho que isso não seria bom para o Flamengo. Vou ter de me dividir, mas vou trabalhar 150% do tempo para não prejudicar o Flamengo".
Atualização: nota atualizada para inclusão de trecho do Estatuto que versa sobre proibição do nome do clube em campanhas fora do rubro-negro.
Fonte: Gabriela Moreira, repórter da ESPN.com.br
Bandeira de Mello promete não usar vermelho e preto, nem dizer 'Sou presidente do Flamengo' em material de campanha a deputado
COMENTÁRIOS
Use a Conta do Facebook para adicionar um comentário no Facebook Termos de usoe Politica de Privacidade. Seu nome no Facebook, foto e outras informações que você tornou públicas no Facebook aparecerão em seu cometário e poderão ser usadas em uma das plataformas da ESPN. Saiba Mais.