Dúvidas MLB 16: dinastias da MLB, Dodgers e Giants saindo de NY, posições mais valorizadas e jogar nos EUA ou no Japão
O Dúvidas MLB é publicado toda terça, respondendo perguntas do fã de esporte que quer entender mais do beisebol ou apenas quer bater papo sobre um assunto. Pode mandar sua pergunta no Twitter, marcando o meu perfil (@ubiraleal). Se sua dúvida principal é de regras básicas da modalidade, funcionamento da liga, conhecer os times, entre outras coisas, dá uma conferida neste link. Ali tem muita informação para ajudar quem está chegando agora a entender o esporte. Se ainda assim ficou alguma ponta solta, pode mandar sua pergunta sem problema.
Já houve um time que dominou a MLB por um período, que conquistou cinco ou mais títulos consecutivos?
Adriano Padial, @AdrianoPadial82
O New York Yankees é a franquia mais vitoriosa das principais ligas da América do Norte e, como seria de se imaginar, tiveram seus momentos de dinastias na MLB. A maior sequência foi de cinco títulos, entre (1949 e 53), mas o time também teve tetra (de 1936 a 39) e tricampeonato (de 1998 a 2000). Além dos Yankees, apenas o Oakland Athletics teve uma sequência semelhante, com um tri entre 1972 e 74.
O que motivou Giants e Dodgers saírem de Nova York e irem para São Francisco e Los Angeles?
Renato Ribeiro, @Renato81880446
Na década de 1950, o Brooklyn Dodgers queria um novo estádio, mas Walter O’Malley, dono da franquia, estava com dificuldade para conseguir a aprovação da prefeitura de Nova York para a construção de um. Assim, ele começou a ameaçar mudar de cidade se as autoridades municipais não colaborassem. O mesmo acontecia com o New York Giants.
Naquela época, os times da MLB já não viajavam mais de trem, mas de avião. Dessa forma, já era mais fácil um time com sede em cidade mais distante da Costa Leste ter um lugar na liga. Minneapolis começou a negociar com os Giants, que também foram sondados por São Francisco. Enquanto isso, Los Angeles passou a conversar com o Washington Senators.
O’Malley ficou sabendo da negociação dos Senators com LA e entrou no meio. Percebeu a grande oportunidade que tinha em se tornar o único time da cidade que mais crescia nos Estados Unidos na época e ofereceu os Dodgers para a cidade californiana.
O problema é que, por mais que os times já viajassem de avião, fazer um deslocamento da Costa Leste ou do Meio-Oeste até a Califórnia seria muito desgastante. Os demais times da MLB só aprovariam a mudança dos Dodgers para Los Angeles se houvesse outro time na Califórnia. Assim, a tabela já seria feita de maneira que as equipes tivessem de ir apenas uma vez para a Costa Oeste, fariam vários jogos de uma vez por lá, e depois voltariam.
Precisando de outra equipe na Costa do Pacífico, O’Malley procurou Horace Stoneham, dono dos Giants. A ideia era fazer uma mudança casada: tanto Dodgers quanto Giants trocariam Nova York pela Califórnia ao mesmo tempo, pegando as duas maiores cidades que queriam entrar na MLB e mantendo a mística da rivalidade nova-iorquina do outro lado dos EUA. Stoneham topou, encerrou as negociações com Minneapolis e assim surgiram Los Angeles Dodgers e San Francisco Giants em 1957.
Ah, e você deve ter percebido que ficaram duas pontas soltas na história, né? Minneapolis queria os Giants e ficou sem time, enquanto que os Senators queriam Los Angeles e não conseguiram. Bem, em 1961, o Washington Senators se mudou para Minneapolis, virando o Minnesota Twins.
E todos viveram felizes para sempre. Ou nem tão felizes assim, depende da temporada.
Entre o lançador, catchers e o rebatedor, qual deles é mais importante pro time?
Paulo Massa, @PauloMa79895134
É uma questão bastante subjetiva. Cada um pode ver sua posição preferida como a mais importante. Os arremessadores são os que têm o maior impacto no desempenho da equipe em um jogo, pois dão o tom de metade das ações de sua equipe. No entanto, eles não podem jogar todo jogo: os abridores jogam apenas 20% e os relievers cerca de 40% (mas com participações curtas). Os rebatedores estão ali todos os jogos. O que vale mais?
Uma forma de comparar coisas tão diferentes é usar um elemento que unifique: dinheiro. Após décadas e décadas, imagina-se que os clubes tenham desenvolvido uma maneira boa de avaliar quanto vale pagar para os arremessadores e para seus rebatedores pelo que eles ajudam a produzir.
O site Spotrac fez um levantamento do salário médio dos jogadores da MLB por posição. Ficou assim:
1) Rebatedor designado
2) Defensor direito
3) Defensor esquerdo
4) Abridor (arremessador titular)
5) Primeira base
6) Terceira base
7) Fechador (principal arremessador do bullpen)
8) Defensor central
9) Segunda base
10) Shortstop
11) Catcher
12) Reliever comum (arremessador de bullpen)
Avaliando o ranking, fica evidente que as posições mais bem pagas são as que costumam ter os melhores rebatedores de força (rebatedor designado, defensor de campo externo, defensor das pontas do campo interno), com as posições nobres dos arremessadores se metendo no meio. Depois aparecem as posições de rebatedores de aproveitamento mais alto, o catcher (que costuma rebater mal) e, por fim, o arremessador de bullpen que faz entradas intermediárias.
Por essa medida, fica evidente que os clubes pagam mais para rebatedores de força. E que posições que exigem muito defensivamente não são tão valorizadas porque seus jogadores não costumam rebater tão bem.
É mais fácil um brasileiro jogar nos EUA ou Japão?
Fernando Oliveira, @fernando_oliva
O Brasil já teve mais jogadores na MLB do que na NPB, mesmo que o nível técnico da liga dos EUA seja mais alto. Isso já responde à pergunta de forma bastante simples. Mas dá para dizer que é um fenômeno dos últimos dez anos.
O beisebol brasileiro se estruturou em cima de clubes da comunidade japonesa. Assim, não apenas eles praticavam o beisebol dentro da escola japonesa como, depois de um tempo, foram estabelecendo parcerias com instituições do beisebol japonês. Alguns brasileiros receberam convite para fazer ensino médio no Japão com bolsa esportiva de beisebol, e depois puderam jogar em universidades e na Liga Industrial (semi-profissional).
No entanto, a entrada na NPB é mais difícil porque, além de um alto nível técnico, há limite de estrangeiros por equipes. Se o brasileiro não se naturalizou japonês, ele terá de disputar uma vaga com americanos, dominicanos, cubanos, venezuelanos, sul-coreanos e taiwaneses.
A MLB começou a fazer um trabalho mais frequente no Brasil na década de 2000. Uma espécie de peneira anual passou a ser organizada, para que olheiros das franquias americanas pudessem avaliar as promessas brasileiras e fazer propostas para as principais. Aos poucos, jogadores brasileiros começaram a assinar contratos com times americanos, atuando em ligas menores. Quatro deles (Paulo Orlando, André Rienzo, Thyago Vieira, que hoje joga na NPB, e Luís Gohara) chegaram à MLB. Além deles, Yan Gomes chegou às grandes ligas após jogar beisebol universitário nos EUA e ser draftado.
Isso também é possível pelo fato de não haver limite de estrangeiros nos times americanos, o que torna a disputa mais aberta aos brasileiros que atuam em ligas menores e procuram um espaço na equipe principal. Com o aumento de brasileiros nessas ligas menores, a chance de alguns acabarem subindo aumentou.
Por isso, o caminho para os EUA está mais fácil (ou melhor, menos difícil). Ainda assim, não há tanta diferença assim. Porque a MLB é maravilhosa, mas os níveis inferiores são muito mais duros. As ligas menores pagam mal e dão poucas chances para o jogador que não mostra capacidade de ser promovido. Tanto que alguns brasileiros preferiram seguir a carreira na América Latina a seguir em ligas menores quando há pouca perspectiva de dar o passo final à MLB.
Enquanto isso, é perfeitamente possível ter uma vida de atleta bastante digna jogando a Liga Industrial Japonesa. Se considerarmos isso, pode até ser mais fácil chegar à MLB do que à NPB, mas é muito mais fácil ter uma vida de atleta profissional de beisebol no Japão do que nos EUA.
Dúvidas MLB 16: dinastias da MLB, Dodgers e Giants saindo de NY, posições mais valorizadas e jogar nos EUA ou no Japão
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