Boa fase de Alemanha, Argentina, Brasil, Espanha e Holanda torna a Copa-2022 a mais aberta da história
O Brasil está bem mais animado agora com sua
seleção. E o mesmo pode ser dito de Alemanha, Argentina, Espanha e Holanda.
Considerando que Bélgica, França, Inglaterra e Portugal possuem bons elencos
tecnicamente e continuando gerando confiança em seus torcedores, teremos uma
Copa neste ano com pelo menos nove seleções em condição de ser campeã mundial.
Seriam dez fortes candidatas se tivéssemos a Itália na disputa, mas Croácia (atual vice do mundo), Dinamarca (Eriksen voltou com gols), Senegal (melhor
seleção africana da atualidade) e Suíça (barrou a Itália) podem sonhar pelo menos
com semifinal.
Há algumas dessas equipes bem cotadas que
apostam em trabalho de longo prazo, casos de Argentina e Brasil. Lionel Scaloni
está no comando da equipe de Messi desde 2018, mas já era auxiliar do time em
2017. Superou a desconfiança inicial e a concorrência com nomes bem mais
badalados para estabelecer uma marca de 31 jogos sem perder, com direito a um título
histórico da Copa América no Maracanã diante do Brasil. A seleção brasileira,
por sua vez, evoluiu desde essa derrota em casa e desfruta da boa fase de uma
série de jogadores, sobretudo os de beirada de campo que conquistaram espaço na
seleção (Antony, Raphinha e Vinícius Júnior) e que mudaram a cara engessada que
o time de Tite mostrava. O Brasil está mais ofensivo, perigoso e letal, não
está mais dependente de Neymar como parecia estar na Copa de 2018.
A França também manteve apostou na manutenção do treinador, embora Deschamps tenha lidado com críticas ao longo deste último ciclo. Ele venceu o último Mundial com time relativamente jovem que jogou muitas vezes no contra-ataque. A base de 2018 foi mantida, mas Benzema, em fase espetacular, voltou a servir a seleção francesa. Isso torna a equipe, campeão atual da Nations League, ainda mais talentosa e capaz de tentar o bicampeonato genuíno, algo que só Itália (34/38) e Brasil (58/62) conseguiram. A Bélgica conserva Roberto Martínez como seu técnico desde 2016, e ele foi mesmo quem mais esteve perto de ser campeão com o time. A mais talentosa geração belga, que liderou o ranking da Fifa durante muitos anos, pode ter seu canto do cisne no Qatar. De Bruyne voltou a jogar bem e pode ser uma dos astros da Copa.
Portugal é outra seleção cheia de qualidades
individuais que tem o mesmo treinador há muito tempo. Fernando Santos vem sendo
questionado por não tirar o máximo de sua equipe e por ser um tanto quanto conservador.
Mas ele mudou o time com coragem nas eliminatórias, puxou Danilo para a defesa
que estava bastante desfalcada e apostou em novos nomes, como Otávio, Diogo
Costa, Matheus Nunes e Vitinha. A seleção portuguesa não está mais tão dependente
de Cristiano Ronaldo ou de outros craques. A Espanha é dirigida por Luis
Enrique desde o fim da Copa de 2018. Ele tratou de fazer uma tremenda renovação
na equipe, dando vez a Pedri, Gavi, Dani Olmo, Unai Simón, Eric García e Ferran
Torres, entre outros jogadores que atuaram pela equipe com idade olímpica. A
Roja fez um papel bem digno na Eurocopa e foi o time que tirou a
invencibilidade recorde da Itália, perdendo a final da Nations League para a
França tendo jogador melhor.
Para provar que a grande maioria das seleções
favoritas ao título no Qatar possuem trabalhos de médio e longo prazo, Gareth Southgate
está no cargo desde 2016, e isso após trabalhar na seleção sub-21 (que forneceu
bons nomes para a forte seleção principal). Ele levou a Inglaterra à semifinal
do Mundial pela primeira vez desde 1990 e bateu na trave para conquistar a
Eurocopa do ano passado em Wembley. Os ingleses projetaram sucesso com
Southgate justamente na Copa deste ano, colheram de certa forma mais do que o
esperado na Rússia em 2018.
Alemanha e Holanda, que se enfrentaram em
Amsterdã e fizeram um movimentado 1 a 1 (como manda a rivalidade entre as duas
seleções), ficaram no pote 2, mas dão sinais fortes de serão bem competitiva no
Mundial, diferentemente do que indicavam alguns meses atrás. Hansi Flick
assumiu após a saída de Joachim Löw (demorou para sair, essa é a verdade) e vai
completar um ano no cargo apenas em agosto. O ex-treinador do Bayern deu nova
cara para a Alemanha, injetou intensidade e ofensividade na equipe, resgatou
nomes importantes, como Thomas Müller, e enfileirou vitórias até a igualdade
desta semana fora de casa em amistoso contra a Holanda. O time que perdeu em
casa para a Macedônia do Norte ficou no passado, a Alemanha vem bem parecida
com o Bayern de Munique dos últimos tempos, mas sem Lewandowski.
A Holanda, que não se classificou para a Copa
da Rússia, estreou nas eliminatórias perdendo da Turquia, o que ajudou a minar o
trabalho do técnico Frank de Boer. Ele caiu de vez após a triste eliminação na
Eurocopa diante da República Tcheca. Van Gaal assumiu em agosto (assim como
Hansi Flick) e iniciou um trabalho de recuperação. O veterano treinador, que
saiu invicto da Copa de 2014 no Brasil, classificou a equipe sem precisar
passar por repescagem, com direito a goleada de 6 a 1 naquela mesma Turquia.
Van Gaal ainda não perdeu com a Laranja Mecânica desde que deixou sua aposentadoria
(já são nove partidas).
No sorteio dos grupos da Copa do Qatar,
teremos possivelmente dois “Grupos da Morte”, quase que seguramente as chaves com
Alemanha e Holanda. Pense em outro Mundial com tantos reais candidatos ao
título. Na Copa de 2018, na Rússia, eram “apenas” seis postulantes de verdade:
Alemanha, Bélgica, Brasil, Espanha, França e Portugal, mas é bom lembrar que os
espanhóis chegaram em crise e que os alemães já davam sinais de desgaste com Löw.
A Inglaterra fazia renovação e não esperava ir tão longe, como já disse
anteriormente. Agora, no ano da Copa, temos nove seleções fortes vivendo bons momentos
e ambicionando mesmo o título. Não houve outro Mundial com tantos postulantes. Qatar
promete!
Boa fase de Alemanha, Argentina, Brasil, Espanha e Holanda torna a Copa-2022 a mais aberta da história
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